ISCB celebra 20 anos de avanços: conquistas em Pesquisa e novas metas para o futuro

8 de dezembro de 2023 - 16:06

 

O Instituto Superior de Ciências Biomédicas da Universidade Estadual do Ceará (ISCB/Uece) completa, em 2023, duas décadas de existência, marcadas pelo seu contínuo crescimento e avanços em pesquisas.

Criado em 2003, durante o reitorado do professor Manassés Claudino Fonteles, o ISCB foi, inicialmente, um órgão da Administração Intermediária da Uece, tendo seu regimento aprovado pelo Conselho Universitário (Consu) em 2012, com a primeira Direção composta pelos professores José Henrique Leal Cardoso (diretor) e Nilberto Robson Falcão do Nascimento (vice-diretor).

Professor Nilberto é o atual diretor do Instituto, integrando a gestão em um total de 11 anos, entre diretoria e vice-diretoria. Ele conta sobre a história desse importante equipamento. “A ideia da criação de um instituto de Pesquisa Biomédica na Uece partiu do então reitor, Dr. Manassés. A ideia era agregar professores/pesquisadores das áreas básicas como Fisiologia, Farmacologia, Bioquímica, Biologia Celular e Molecular e Genética em um mesmo ambiente multiusuário,  multiprofissional e interdisciplinar para a consolidação do Curso de Mestrado Acadêmico em Ciências Fisiológicas e como base no então recém criado curso de Medicina, também idealizado e criado pelo Dr. Manassés. Essa semente germinou e deu muitos frutos tendo o Mestrado se tornado um Programa de Pós-graduação completo com Mestrado e Doutorado, em 2014”.

O diretor conta, ainda, que durante a reitoria do professor Manassés foi realizado um grande concurso em 1998, o que trouxe professores doutores que alavancaram a pesquisa em toda a Uece. Entre esses docentes, estavam os fundadores do Mestrado Acadêmico em Ciências Fisiológicas, José Henrique Leal Cardoso, Andrelina Noronha Coelho de Souza (atual vice-diretora do ISCB), Aline Alice Cavalcante Albuquerque, Krishnamurti Morais de Carvalho e Cláudia Ferreira Santos.

Com a construção coletiva desses e de outros que tanto se dedicaram, o ISCB possui hoje três pavimentos com área aproximada de 3.000m², contemplando 22 laboratórios, duas salas de cultura de células, dois laboratórios multiusuários, casa de força e gerador elétrico, para realização de pesquisas Básica e Aplicada nas áreas de Biologia Celular e Molecular, Ciências Biológicas, Fisiologia, Farmacologia e Preservação de órgãos para Transplante. O ISCB conta também com o Biotério de Criação e Experimentação da Uece, além de oferecer cursos de especialização em Fisiologia Humana e de Fisiologia do Exercício e o já mencionado Programa de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas.

Ao longo desses 20 anos, o ISCB realizou pesquisas de excelência, de forma independente e também em parceria com instituições como Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Centro de Diabetes e Hipertensão do Ceará (CIDH). Entre as muitas investigações científicas, estão o desenvolvimento da pomada cicatrizante a partir do “pau ferro” (Libidibia ferrea) já patenteada pela Uece, pomada para tratamento de pé diabético, gel para tratamento de distúrbios vasculares, preparado fitoterápico para tratamento de neuropatia, peptídeos para o tratamento da dor neuropática, entre outros diversos estudos com dezenas de plantas medicinais e ativos vegetais para diferentes indicações, com potencial de desenvolvimento de fitoterápicos e de outras patentes.

O diretor do Instituto acrescenta: “Temos um corpo de pesquisadores de excelência, a grande maioria com pós-doutorado fora do País… Temos linhas de pesquisa nas áreas de Neurofisiologia, Psicofarmacologia, Biofísica de Canais Iônicos, Eletrofisiologia, Biofísica Respiratória, FisioFarmacologia Renal, FisioFarmacologia Cardiovascular, FisioFarmacologia da Inflamação e da Dor, Bioquímica e Expressão Gênica, Endocrinologia, Fisiologia Gastrointestinal, entre outros… Estudamos também hormônios com ação renal, como as guanilinas, demonstrando a resistência a estes hormônios em animais experimentais, o que pode ter impacto para o tratamento de seres humanos com hipertensão… Também demonstraram que uma substância extraída da planta Calotropis procera tem eficácia em animais experimentais na prevenção e tratamento da diabetes tipo 2”.

O ISCB tem sido cada vez mais reconhecido por suas pesquisas, contando, atualmente, com o financiamento oriundos de órgãos de fomento como Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundec/Banco do Nordeste). Entre as financiadas, estão hoje as pesquisas para validação de nanoemulsões para tratamento de Leishmaniose, de moléculas cardioprotetoras, de moléculas nefroprotetoras, de moléculas que previnem as alterações metabólicas do diabetes, de moléculas inodilatadores e de soluções de preservações de órgãos para transplante.

Para pesquisas que envolvem animais, os pesquisadores da Uece contam com o Centro de Bioterismo, vinculado ao ISCB, que foi inaugurado em fevereiro de 2023, destinado à criação, manutenção e utilização de ratos e camundongos em protocolos experimentais, podendo atender demandas acadêmicas, da sociedade e da indústria de diferentes ramos, com especialidade no ramo da Indústria Farmacêutica. O equipamento, de 2.100 m², possibilita à Uece conquistar ainda maior reconhecimento científico nacional e internacional, como ressalta o diretor Nilberto Nascimento.

“O Biotério representa um salto do ponto de vista científico e tecnológico, pois além de atender à legislação vigente representa a possibilidade de acreditação internacional, de selo de boas práticas de laboratório e aumenta nossa capacidade de realizar ciência biomédica de alto nível com reprodutibilidade e rastreabilidade e atendendo às normativas das agências regulatórias. Permite, portanto, a execução de projetos de pesquisa e desenvolvimento próprio ou em associação com empresas para o fins de desenvolvimento de produtos diagnósticos ou terapêuticos que possam efetivamente ser testados em humanos ou animais para fins de utilização na prática Médica Humana ou Veterinária”.

Diante de todas as pesquisas e demais iniciativas até aqui já realizadas pelo ISCB, ele possui uma grande relevância não apenas para a Uece, mas para toda a sociedade, que tem à disposição uma “ponte” para o conhecimento. “Para a Universidade, o Instituto representa um modelo de estrutura multiusuária que congrega profissionais de diferentes formações e profissões formando um Núcleo de excelência em ensino e pesquisa em Fisiologia, Farmacologia, Bioquímica, Biologia Celular e Molecular e Genética. Ensino teórico acoplado a conhecimento de causa no campo prático com demonstrações e aulas práticas. Para a sociedade, o ISCB representa uma ponte entre o conhecimento básico teórico e a possibilidade de utilização deste conhecimento para ajudar a solucionar ou mitigar problemas médicos ou veterinários específicos… buscando solucionar problemas biomédicos que possam resultar em retorno para a população em geral”.

Para alcançar tudo que alcançou, o ISCB contou e conta com muitos docentes/pesquisadores. Ao longo dessa jornada, muito se deve também, segundo a Direção, a professores que tem se destacado na consolidação do Instituto, como Ana Maria Sampaio Assereuy, ex-coordenadora da Pós-graduação, que conduziu o curso durante transição para Programa de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas e tem sido uma líder nas pesquisas e publicações no ISCB, agregando pesquisadores de vários laboratórios em temas comuns e pesquisadores de outras universidades do Brasil e do estrangeiro, como a Universidade de Liverpool na Inglaterra. Professora Vânia Marilande Ceccato criou um dos mais tradicionais eventos de Ciências de Animais de Laboratório, o AnimalLab, que em suas sete edições trouxe ao campus Itaperi os pesquisadores mais renomados da área para discutir ciência.  Atualmente, professora Vânia é vice-coordenadora da Pòs-graduação em Ciências Fisiológicas e em conjunto com o professor Ariclécio Cunha de Oliveira tem atualizado o corpo docente, a grade curricular e o projeto pedagógico do Curso.

Para o futuro do ISCB, novas metas já são traçadas, visando ainda mais crescimento, avanços e contribuições científicas. “Estamos elaborando projeto para finalização de nosso setor multiusuário de Microscopia e outro setor de análises clínicas e toxicológicas com vistas a obtenção futura de selo de boas práticas de laboratório para, em conjunto com nosso Biotério, formarmos um parque de Pesquisa e Desenvolvimento com capacidade de vencer as barreiras regulatórias nos campos de desenvolvimento de fitoterápicos e medicamentos alopáticos no que diz respeito a testes não clínicos de eficácia e segurança. Estamos também trabalhando em um plano de ação para criação do Curso de Graduação em Biomedicina para formação de massa crítica na área de pesquisa e ensino”, finaliza o diretor Nilberto Nascimento.

A Reitoria da Uece parabeniza o ISCB e seus professores/pesquisadores pela dedicação contínua, contribuindo com excelência ao cumprir os objetivos da Universidade em ensino, pesquisa e extensão.