Universidade Estadual do Ceará (Uece) ganhará laboratório para fertilização in vitro de animais
28 de janeiro de 2009 - 09:48
Espaço será o único do Nordeste com essa tecnologia
A Faculdade de Veterinária (Favet) da Universidade Estadual do Ceará (Uece), irá construir um laboratório capaz de fazer fertilização in vitro de animais.
Resultado de um investimento de aproximadamente R$ 100 mil, vindos de uma verba fornecida pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), o local, de acordo com o professor Célio Pires, diretor da Favet, será o único do Nordeste com essa tecnologia e irá representar uma expressiva redução de custos para os produtores cearenses.
Célio Pires cita o exemplo da criação de gado bovino. Hoje, de acordo com ele, existem no Ceará as raças gir, nelore, guzerá e gersey. Quando os produtores precisam fazer fertilização in vitro, é preciso trazer um técnico da região Sudeste para fazer avaliação das vacas reprodutoras.
Após essa etapa, ele retorna ao seu estado de origem e marca um dia para coleta, quando retorna ao Ceará. Em seguida, vai novamente ao laboratório, para maturação e fecundação, e, por fim, volta ao Ceará para a inserção do embrião no animal. “Só com passagens de avião, é um custo muito alto”, explica o professor.
Ele acrescenta, ainda, que só os criadores de gir, nelore e guzerá têm tido condições de arcar com essas despesas. “Para o gersey, por ser uma criação recente, fica inviável”, diz. A expectativa, no entanto, é que o laboratório a ser criado leve os criadores a realizarem a fertilização in vitro de gersey em território cearense. Hoje, o custo, por bezerro, do processo realizado por técnicos de fora fica em cerca de 950 reais.
“Quando for feita aqui, ela vai custar uns R$ 500,00. É uma redução de quase 50%”, afirma Pires. A economia que isso representa para os produtores fica mais explícita quando se considera que cada um deles faz, em média, cinco coletas anuais por vaca.
Para o professor Ricardo Figueiredo, coordenador do Laboratório de Manipulação de Oócitos e Folículos Pré-Antrais (Lamofopa), outro benefício do novo centro de pesquisa será a aproximação entre universidade e empresas, uma prática comum em países desenvolvidos, mas que não acontece com muita freqüência no Brasil. Com espaço para cinco laboratórios, o local irá permitir a busca por parceiros na iniciativa privada. “Será uma forma de assimilar mão-de-obra vinda da pós-graduação e, ao mesmo tempo, prestar serviço para as empresas”.
(Agência Funcap)
Fonte: Jornal da Ciência 3686, 22 de janeiro de 2009.