Transição para o biocombustível

14 de janeiro de 2009 - 07:39

Dificuldade de financiamento gerada pela crise deve impulsionar a consolidação do setor

A reversão da trajetória de preços do petróleo — do pico de US$ 150 até a volta aos US$ 40 — não muda a perspectiva de desenvolvimento do mercado de biodiesel, mas reforça os desafios para criação de uma indústria eficiente e global. A avaliação está no estudo “Biocombustíveis — Tempo de Transição”, realizado pela Accenture.

“O preço está em queda, mas não há mais petróleo fácil no mundo. A segurança energética e a questão ambiental continuam preocupando, o que favorece o biodiesel. A conjuntura mudou, mas não os fundamentos”, diz Mauro Rubin, gerente-sênior de estratégia da consultoria, que levantou que 53% dos consumidores pagariam até 10% mais por um combustível capaz de reduzir emissões.

Rubin crê que a dificuldade de financiamento gerada pela crise deve impulsionar a consolidação do setor.

As empresas familiares começam a ser substituídas por grandes players do setor agrícola, que dominam a produção, e de combustíveis, com expertise em distribuição. O executivo não descarta a possibilidade de parcerias entre elas.

“Não está claro quem será o vencedor, mas há pilares como a verticalização. Quem tiver operação integrada e menos intermediários terá mais chance de sobreviver”, diz. A Accenture cita como os principais desafios das companhias: conhecer a regulamentação; desenvolver a infraestrutura, cadeia de distribuição e do mercado financeiro; concorrer com novas tecnologias, o que estima que deva ocorrer dentro de dez anos.
(O Globo, 10/1)

Fonte: Jornal da Ciência 3678, 12 de janeiro de 2009.