Queda genética

28 de maio de 2009 - 04:32

Em estudo na Pnas, grupo japonês descobre gene que causa queda de pelos em camundongos e pode estar envolvido na alopecia em humanos

Um grupo de pesquisadores japoneses descobriu um mecanismo genético que leva à perda de pelos em camundongos e sugere que o mesmo processo possa ser responsável pela queda de cabelo em humanos.

O estudo será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Normalmente, os cabelos passam por ciclos que envolvem as fases de crescimento, repouso e queda, com a regeneração periódica dos folículos pilosos por meio da diferenciação de células-tronco.

Yumiko Saga, do Instituto Nacional de Genética, do Japão, e colegas observaram que camundongos sem o gene sox21 apresentam perda progressiva de pêlos da cabeça à cauda, resultando em alopecia permanente.

De acordo com o estudo, o gene ajudaria a regular a síntese de queratina, a proteína fibrosa comum na epiderme e principal constituinte do cabelo, unhas e pelos.

Os pesquisadores verificaram que camundongos modificados geneticamente para não ter o sox21 apresentaram número reduzido de tais proteínas em comparação com animais com níveis normais do gene.

Os camundongos geneticamente modificados também apresentaram maiores glândulas sebáceas em torno do folículo piloso e uma camada mais grossa de células epiteliais durante o período de queda dos pelos.

Segundo os autores do estudo, o gene sox21 deve estar envolvido com a diferenciação de células-tronco que formam a camada mais externa dos fios.

Ao examinar amostras de pele humana, eles confirmaram a elevada expressão do gene na camada mais externa dos fios. Para os pesquisadores, isso seria um indicador de que o sox21 poderia ser responsável pela perda de cabelo em humanos, mas destacam que novos estudos são necessários para comprovar essa relação.

O artigo The disruption of sox21-mediated hair shaft cuticle differentiation causes cyclic alopecia in mice, de Yumiko Saga e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em http://www.pnas.org.
(Agência Fapesp, 26/5)

 

Fonte: Jornal da Ciência 3769, 26 de maio de 2009.