Pesquisadores brasileiros montam equipamento de baixo custo com materiais alternativos
25 de maio de 2010 - 07:55
Simulador de ambientes nacional custa 10% do preço do original
O Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) conseguiu desenvolver um Cave Automatic Virtual Environment (Cave, em inglês), ou ambiente automático virtual, de baixo custo.
O cave é um simulador preciso dos diversos sistemas do corpo humano. Sua utilização é frequente em aulas e laboratórios médicos e em outras aplicações, como plataformas de petróleo.
Segundo o coordenador do projeto do LNCC e bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Jauvane de Oliveira, o equipamento custou R$ 200 mil, cerca de 10% do sistema tradicional. A qualidade das imagens é a mesma.
“Muita engenharia foi utilizada para escolher os materiais adequados. Utilizamos produtos disponíveis no mercado, como projetores DLP comuns, computadores normais com bom desempenho gráfico e na estrutura, ao invés de alumínio, usamos PVC”, explica.
Devido ao alto custo e complexidade desse tipo de ambiente, poucas instituições possuem esse sistema, onde o usuário se sente dentro da simulação. “Para simulação de ambientes de realidade virtual imersiva, existem poucas opções tão práticas como um Cave. Hoje existe a possibilidade de montagem de um Cave mais elaborado no LNCC, entretanto, me agrada a idéia de manter a linha de baixo custo, pois ela pode permitir a outros grupos explorarem esse tipo de ambiente”, explica o pesquisador.
Jauvane conta quais são as aplicações em andamento: “possuímos uma simulação de plataforma de petróleo virtual, que pode ser usada para reconhecimento do ambiente, bem como para treinamento de reação em casos de emergência. Outra apresenta o sistema circulatório de um indivíduo, que pode ser analisado em detalhes. Outras aplicações permitem a observação tridimensional de proteínas e vírus e de um problema vascular, com informação que indica pressão e velocidade do fluxo sanguíneo nos vasos”.
Como funciona
Na prática cada computador tem uma placa gráfica com duas saídas de vídeo, cada saída é calculada para prover imagem ao olho direito ou esquerdo. As saídas gráficas se conectam a dois projetores que preenchem uma das paredes do Cave. Como a sala é muito pequena foi necessário utilizar espelhos para aumentar a distância entre os projetores e a tela, de modo que a imagem pudesse preencher toda a área das telas. Segundo Oliveira “o Cave é uma plataforma de trabalho, um ambiente através do qual aplicações de visualização 3D serão desenvolvidas continuamente”.
O grupo pretende incluir um sistema de som posicional que dê a impressão realista de que o ruído vem da posição física de um objeto virtual. Ao mesmo tempo estão desenvolvendo outros modelos de visualização de ambientes de realidade virtual, inclusive um sistema portátil. Os nomes provisórios são, respectivamente, Mini-VR e Nano-VR.
(Com informações da Assessoria de Comunicação do CNPq)
Fonte: Jornal da Ciência 4010, 14 de maio de 2010.