Óleo de mandioca será utilizado na produção de energia elétrica

12 de janeiro de 2012 - 13:07

O estado do Amazonas deve se tornar referência na produção de  biocombustíveis para a geração de energia elétrica na região.
 Além de utilizar energia renovável, o projeto é pioneiro no Brasil e  vai gerar oportunidades de trabalho, uma vez que a mandioca será  cultivada na fazenda/laboratório da Ufam, localizada na BR-174 (Manaus  – Boa Vista). A previsão é de que o projeto, com duração de 27 meses,  esteja em plena execução até fevereiro de 2012, mas a pesquisa ainda  não tem data confirmada para ser concluída.  “Os motores ainda estão em fase de testes na VSE. Ao todo, foram  plantados quatro hectares de quatro espécies de mandioca na fazenda  experimental. Também estamos trabalhando na montagem da infraestrutura  da subestação para receber os motores geradores”, revelou.
 
 Nova tecnologia – Segundo Cordeiro, a idealização do projeto é do  professor doutor Rubem Souza (Ufam), que fez a proposta de  investimento à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e recebeu  a aprovação.
 
  A assinatura do contrato aconteceu em novembro do ano passado. A ação  segue os critérios estabelecidos pela Aneel, em atendimento à Lei  Federal 9.991/2001, que determina a aplicação de recursos em projetos  de pesquisas que reflitam em melhorias à sociedade.
 
  Na fazenda experimental da Ufam, será montado um pequeno laboratório  para produção e caracterização físico-química do etanol produzido a  partir de cultivares de mandiocas recomendadas pela Empresa Brasileira  de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para a Região Amazônica, em terra  firme e em várzea.
 
 Outras fontes de energia – Coordenado pelo pesquisador doutor em  Microbiologia do Solo pela Universidade de Minnesota (EUA) Luiz  Antônio Oliveira, o projeto pretende avaliar o potencial dos frutos de  babaçu na produção de óleo. A iniciativa está sendo desenvolvida no  município de Barreirinha (a 331 quilômetros de Manaus) e os  pesquisadores pretendem substituir o diesel, por exemplo.
 
  Sobre o potencial da palmeira para geração de biocombustível, Oliveira  destacou no babaçu a possibilidade de abastecer uma pequena cidade ou  uma vila isolada na Amazônia. “Se nós comprovarmos por meio das  pesquisas o potencial do babaçu como gerador de energia, estaremos  criando um novo mercado capaz de gerar empregos e integração social”,  destacou o pesquisador.
  Embora as amêndoas do cupuaçu (Theobroma grandiflorum) constituam  cerca de 20% do peso do fruto e apresentem altos teores de proteína e  gordura, segundo dados de pesquisas, muitas vezes, elas são  descartadas após o uso ou empregadas somente na fabricação de ração.
 
A ideia surgiu por meio da parceria entre Universidade Federal do  Amazonas e a empresa Cupuama, localizada no município de Careiro  Castanho (a 102 quilômetros de Manaus). A empresa, que contou com  financiamento da Fapeam e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep),  por meio do Programa Amazonas de Apoio à Pesquisa em Micro e Pequenas  Empresas (Pappe Subvenção), procurou aliar o conhecimento científico  para o aproveitamento total do cupuaçu somado à preservação do meio  ambiente e criou um programa de aproveitamento que prioriza a extração  de gorduras das amêndoas do fruto para fins cosméticos.
 
  “O foco da pesquisa é mostrar que os resíduos gordurosos descartados  serão objeto de solução para a produção de biodiesel, contribuindo  para uma exploração mais eficiente da cadeia produtiva, não somente do  cupuaçu, mas também de outras oleaginosas nativas dessa região”,  afirmou a pesquisadora.
 (Agência Fapeam)

Fonte:  Jornal da Ciência 4413, 10 de janeiro de 2012.