GE aposta em geração eólica no mar
22 de setembro de 2009 - 07:06
Empresa norte-americana anuncia investimento em Estocolmo (Suécia)
O grupo industrial americano General Electric (GE) está fazendo sua primeira incursão em grande escala na energia eólica em alto mar. Se der certo, o grupo espera criar milhares de empregos no planejamento e fabricação de turbinas específicas para esse tipo de geração.
A iniciativa, anunciada ontem em Estocolmo, é um voto de confiança na incipiente indústria da geração de energia eólica em alto mar, que vem encontrando dificuldades por causa dos custos e da confiabilidade. A GE pretende montar instalações para a fabricação de turbinas para atender inicialmente os mercados europeus, mas ela ainda não decidiu sobre o tamanho dos investimentos e a localização.
A multinacional americana já tem uma forte posição na área de geração de energia eólica em terra; ela vende cerca de metade das novas turbinas que estão sendo instaladas nos EUA e possui uma participação de mercado global de cerca de 20%.
Até agora, o grupo havia ficado de fora do negócio offshore, com exceção de uma pequena unidade de demonstração na Irlanda, e executivos vêm se mostrando preocupados com o lado econômico da geração de energia eólica em alto mar.
Entretanto, a maior parte dos especialistas acredita que a expansão da energia eólica offshore será necessária para a União Europeia alcançar sua meta de obter 20% da energia que consome com fontes renováveis até 2020.
Vic Abate, vice-presidente de energias renováveis da GE, disse: “A companhia agora acredita que os subsídios existentes para a energia eólica offshore, como a Britain Renewables Obligation, são vigorosos o suficiente para encorajar os investimentos em larga escala. A energia eólica offshore é mais cara, de modo que sem os subsídios e outros encorajamentos, o lado econômico fica insustentável”.
A confiabilidade é um problema chave da energia eólica offshore, por causa das dificuldades de manutenção das turbinas, cujo acesso é feito apenas de barco. A GE acredita que descobriu como conseguir uma confiabilidade a partir de suas turbinas instaladas em terra. Ela também está comprando a ScanWind, uma pequena fabricantes de turbinas da Noruega e Suécia, por US$ 18 milhões, o que lhe dará acesso a uma nova tecnologia de fabricação.
(Ed Crooks, do Financial Times)
(Valor Econômico, 15/9)
Fonte: Jornal da Ciência 3848, 15 de setembro de 2009.