Embrapa busca novas fontes de etanol

25 de fevereiro de 2010 - 07:38

Empresa conduz pesquisas para produzir álcool a partir de plantas que não a cana
Em breve, o álcool combustível utilizado no Brasil pode deixar de ser um produto feito somente a partir da cana de açúcar. A Embrapa Cerrados vai iniciar este ano uma série de pesquisas para testar a viabilidade de produção de etanol com outras fontes.
 
Entre as candidatas estão ramíneas forrageiras (usadas na alimentação animal), sorgo, o bagaço e a palhada da cana e algumas espécies de árvores (pinus, eucalipto e duas espécies da Amazônia: tachi-branco e paricá).
 
A empresa acredita que os açúcares complexos, como a celulose e hemicelulose, existentes na composição das plantas, possam também ser convertidos no combustível, denominado etanol de segunda geração.
 
Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados Marcelo Ayres, que coordena o trabalho, a escolha das espécies para o estudo buscou contemplar plantas mais adaptadas às condições da região do Cerrado e que apresentem grande potencial de produção de biomassa. Outra vantagem é que já existem estudos anteriores que indicam o manejo desses cultivos.
 
A pesquisa vai reunir especialistas de universidades (Universidade de Brasília e Universidade de São Paulo) e de diversas unidades da Embrapa (Cerrados, Agroenergia, Floresta, Milho e Sorgo, Gado de Leite, Gado de Corte, Tabuleiros Costeiros, Instrumentação Agropecuária). Eles vão avaliar o potencial de produção de biomassa das espécies estudadas e também as características físico-químicas das plantas. Conduzida pelos pesquisadores da Embrapa Agroenergia, outra etapa do estudo vai pesquisar como converter essa biomassa em etanol, a partir da aplicação de enzimas que serão usadas em uma escala piloto.
 
O anúncio da pesquisa foi feito pouco antes da inaguração, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol, na sexta-feira (22/1). Para Lula, o biocombustível está se transformando na grande matriz energética brasileira e, por isso, deve ser incentivado. Por outro lado, o presidente demonstrou preocupação com a oferta do produto nos mercados interno e externo.
 
“Para fazer o etanol um componente da matriz energética, é preciso que a gente tenha seriedade”, enfatizou.
(Com informações da Embrapa)

 

Fonte: Jornal da Ciência 3936, 25 de janeiro de 2010.