Em debate a criação da Rede Brasileira de Pesquisas sobre o Câncer

19 de agosto de 2008 - 11:16

Um dos objetivos da rede seria a aproximação da pesquisa básica e clínica do câncer no país

O câncer é hoje a segunda causa de morte em todas as regiões do Brasil, chegando a registrar mais de 120 mil óbitos em 2001 e somente superado pelas doenças cardiovasculares.

Num esforço conjunto envolvendo o MCT, o Ministério da Saúde, fundações de amparo à pesquisa estaduais, Instituto Pasteur de Montevidéu e o Ludwig Institute for Cancer Research está se discutindo a criação da Rede Brasileira de Pesquisas sobre o Câncer, que irá lançar ações coordenadas para a unificação, por exemplo, da pesquisa básica e clínica do câncer no país.

“Os conhecimentos sobre este conjunto de doenças evoluiu de maneira impressionante. Apesar deste grande progresso, há ainda importantes lacunas no conhecimento sobre os mecanismos básicos, celulares, da doença, a relação da heterogeneidade molecular e da histopatologia com a evolução e desfecho clínico, e a eficiência das numerosas abordagens para tratamento, cura ou melhoria da qualidade de vida. Esses parâmetros e determinantes são muito pouco conhecidos em nosso país. Ao mesmo tempo, o Brasil tem um grupo de pesquisadores e pesquisas altamente competentes que, embora ainda pouco expressivo em número, têm produzido resultados de elevado valor”, explica o presidente do CNPq, Marco Antonio Zago, presidente da Comissão Coordenadora responsável em organizar o programa e viabilizar a estrutura inicial da rede.

Nesta segunda-feira, a comissão se reunirá com pesquisadores especialistas que trabalham com o tema nas diversas abordagens de pesquisa, para ouvirem um retrato da pesquisa existente hoje no país, quais os gargalos encontrados e sugestões de ação que definirão estratégias de ação para a criação da rede.

A comissão é composta ainda por representantes da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), do Ministério da Saúde, da Secretária de Política e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), do Ministério da Ciência e Tecnologia, da Diretoria de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (DCT) da Finep, do Comitê Gestor do Fundo Setorial de Saúde, e da Vice-presidência de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (PDT) da Fundação Oswaldo Cruz.

A rede

Os resultados esperados com a criação da Rede são a implementação de uma estratégia de unificação de pesquisa básica, translacional e clínica sobre o câncer, de forma a permitir avanços no conhecimento, e fornecer subsídios para a tomada de decisões para as políticas de saúde, propiciando melhorias na qualidade de vida da população.
(Assessoria de Comunicação do CNPq)

Fonte: Jornal da Ciência nº 3578, 18 de agosto de 2008