Colete pode melhorar a qualidade de vida de deficientes físicos

25 de fevereiro de 2010 - 07:42

Novo produto foi desenvolvido pela área de Desenho Industrial do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e agregou trabalho de estilistas da empresa OEstudio
A iniciativa surgiu a partir de uma demanda trazida pela Secretaria Municipal de Educação de Niterói (RJ), para desenvolver uma tecnologia capaz de sustentar a coluna vertebral de um menino de 11 anos, portador de paralisia cerebral, escoliose acentuada e quase nenhum tônus muscular.
 
O protótipo inicial do produto foi obtido a partir de modelo tridimensional gerado com auxílio de equipamento de prototipagem rápida, baseado nos dados da tomografia computadorizada da coluna do garoto e agregou o trabalho de estilistas da empresa OEstudio, especializada em design e moda.
 
Algumas variações do colete foram mostradas na quinta-feira (21/1), na apresentação da grife na São Paulo Fashion Week. A coleção de coletes foi apresentada em um filme projetado em um telão de cinema, que levou ao público dos desfiles de moda as imagens de modelos utilizando o acessório.
 
“Pela primeira vez, o mundo a moda mostra um produto para deficientes”, destaca o designer do INT, Luiz Carlos Motta, responsável pelo projeto.
 
Um exoesqueleto leve e eficiente
 
A ideia do colete é manter a coluna e o pescoço eretos, permitindo mais segurança, conforto e mobilidade para a pessoa com limitação. Fugindo de modelos convencionais, rígidos e sustentados por uma faixa ao redor da cabeça, o modelo desenvolvido no INT é desenvolvido em material leve, flexível e utilizando um boné ou uma gola para sustenta o pescoço.
 
Atuando como um exoesqueleto, o acessório abraça confortavelmente o corpo, por cima da roupa. A estruturação do tórax permite que o deficiente físico não caia quando sentado, impedindo também que penda excessivamente para o lado mais defeituoso.
 
A técnica empregada para a confecção assemelha-se à usada em roupas para mergulhadores. O colete é composto por três camadas: uma tela aramada flexível, e duas camadas de borracha EVA (etileno vinil acetato), uma mais espessa perto do corpo e, na parte externa, uma camada mais fina.
 
A confecção do protótipo foi iniciada com a coleta de imagens tridimensionais da coluna do menino, através da tomografia, e o tratamento delas em um software específico. As imagens permitiram criar o modelo da estrutura óssea interna e da estrutura externa do tórax e produzir um manequim em tamanho real com o auxilio da máquina de prototipagem rápida. Esse modelo volumétrico serviu para a criação dos moldes finais dos coletes.
 
Desenvolvido com recursos do INT, a ideia da equipe que elaborou o projeto, é buscar agora o apoio da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis) do Ministério da Ciência e Tecnologia para aprimorar e difundir para toda a sociedade os resultados deste projeto.
(Assessoria de Comunicação do INT)

 

Fonte: Jornal da Ciência 3938, 27 de janeiro de 2010.