Cientistas vão mapear terreno da Antártida

30 de outubro de 2008 - 09:32

Resultados ajudarão cientistas a entender como clima mudou durante milhares de anos e a prever futuras mudanças no nível dos mares

Uma equipe de cientistas de diversas nacionalidades traçará pela primeira vez em detalhes o mapa do terreno da Antártida Ocidental, coberto por uma densa camada de gelo, em um projeto financiado por britânicos, australianos e americanos.

O projeto, de quatro anos de duração, leva o nome de Icecap (sigla em inglês de Investigação da Evolução da Criosfera da Paleta Central da Antártida) e pretende analisar a composição e densidade do terreno do continente.

Estima-se que o leste antártico tenha a camada de gelo mais profunda, de uma densidade de 5 quilômetros, e os especialistas utilizarão radares especiais para essa investigação.

O projeto será financiado pelo Conselho de Pesquisa do Ambiente Natural da Grã-Bretanha, pela Divisão Antártica Australiana, pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos e pela Universidade do Texas.

Planejamento climático

Os resultados do trabalho, cujo custo está estimado em aproximadamente £ 3 milhões (cerca de R$ 12,9 milhões), ajudarão os cientistas a entender como o clima mudou durante milhares de anos e a prever futuras mudanças no nível dos mares.

Os especialistas viajarão ao leste da Antártida em um avião DC-3 equipado especialmente para esse trabalho, que será feito durante três verões antárticos, começando em dezembro.

O professor Martin Siegert, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, disse que isso “ajudará a entender o comportamento da maior camada de gelo da Terra”. Ele disse que os dados reunidos “deveriam fornecer (…) mais detalhes sobre as causas das mudanças climáticas”, sobre os motivos que levam a uma maior “perda de gelo das geleiras neste momento e nos dará pistas sobre o que pode ocorrer nas próximas décadas”.

“Isso nos permitirá ver pela primeira vez a forma do gelo, o terreno e os lagos que estão debaixo e nos ajudará a planejar futuras investigações”, disse Siegert. (EFE)
(O Estado de SP, 28/10)

Fonte: Jornal da Ciência 3629, 28 de outubro de 2008.