Brasil promove cursos contra gripe aviária

30 de novembro de 2009 - 06:13

Programa pretende formar veterinários e técnicos em todos os Estados para lidar com casos de gripe em aves, suínos e equinos

 

Crédito: Embrapa/ Divulgação

Um programa brasileiro pretende treinar veterinários e técnicos agrícolas para combater as gripes suína, aviária e equina. Neste mês, duas turmas de 45 profissionais assistiram a aulas em Brasília sobre como evitar as doenças e, até o fim de 2010, o Ministério do Desenvolvimento Agrário pretende levar as palestras a todos os Estados.

 

A segunda edição do curso terminou na sexta-feira passada. Segundo o consultor do PNUD no ministério, René Dubois, os alunos das duas turmas serão responsáveis por dar aulas em seus Estados. A expectativa é que, até o fim do ano, já tenham sido formadas mais de 1.400 pessoas em todo o país. O consultor afirma que o projeto também deve continuar em 2010.

 

O curso, chamado Educação para o enfrentamento das gripes aviária, suína e equina, tem o apoio da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e do PNUD. A idéia é capacitar sobretudo os técnicos, funcionários do governo, que atendem pequenos proprietários e moradores de assentamentos ruais. Isso porque, diz Dubois, os pequenos agricultores são os que mais correm riscos de serem contaminados por animais doentes. “Esse agricultor às vezes permite que as galinhas entrem em casa, ou então tem crianças que brincam com as aves, com os suínos…”, conta.

 

O principal foco é a prevenção contra gripe aviária. Entre 2003 e 2005, o mundo enfrentou um surto da doença. O vírus que a provoca, o H5N1, dificilmente é transmitido de humano para humano, mas o contágio se dá de animais para humanos, por meio do sangue ou dos excrementos do bicho. “O H5N1 tem alta taxa de mortalidade, e precisamos nos preparar”, afirma Dubois. O Brasil ainda não registrou nenhum caso de gripe aviária. “Pode ser que o vírus não chegue aqui, mas temos que estar prontos caso chegue, porque ele chega com força”.

 

Já o vírus H1N1, da gripe A, é mais comuns entre humanos do que entre suínos. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há provas de que os animais possam contaminar homens, mas sim do contrário. A OMS até mesmo decidiu não usar mais a denominação “gripe suína” para evitar a ideia de que os animais ou a carne deles traga risco. Ainda assim, é importante monitorar os porcos para saber como o vírus evolui, diz a Organização Mundial de Saúde Animal.

 

Para o chefe da Embrapa Aves e Suínos, Dirceu Talamini, o curso ganhou um viés mais educativo. “O treinamento foi pensado quando ainda havia uma preocupação muito grande com esses vírus”, diz. “Apesar de o problema ter diminuído no mundo todo, a cadeia produtiva tem sempre um pequeno risco”.

 

Na gripe equina, o registro de casos é menos frequente no mundo todo. Há mais de 15 anos não há ocorrência do vírus H7N7, mais comum nos cavalos. Apesar disso, a OMS aponta casos na China nos anos 90 de transmissão de aves para equinos.

 

 

Fonte: Site PNUD Brasil, 24 de novembro de 2009.