Brasil integra programa internacional de monitoramento climático

18 de março de 2009 - 07:09

Acordo de cooperação técnica firmado na última terça-feira (3/3) entre a Agência Nacional de Águas (ANA) e a Agência Espacial Brasileira (AEB) vai possibilitar o desenvolvimento de atividades de suporte para medição das chuvas por satélites

Dessa forma, o Brasil passa a integrar o Programa de Medida Global da Precipitação (GPM), uma iniciativa conjunta da Nasa (National Aeronautics and Space Administration) e da Jaxa, agência espacial japonesa. A França e a Índia também aderiram ao programa.

De acordo com o superintendente de Gestão da Rede Hidrometeorológica da ANA, Valdemar Guimarães, as agências brasileiras pretendem estruturar e manter uma rede desenvolvida para coleta de dados pluviométricos.

Segundo a AEB, as informações obtidas permitirão melhorias no gerenciamento de recursos hídricos, no planejamento das atividades do agronegócio, nos alertas de tempestades severas, inundações e riscos de deslizamento, nas previsões do tempo, no entendimento do ciclo hidrológico regional e global e nas análises de mudanças climáticas globais.

Os dados transmitidos pelos satélites serão validados pelas estações telemétricas, plataformas terrestres de coletas de informações com transmissão por satélite. O país conta, atualmente, com mais de 8 mil estações.

“É a segunda maior rede das Américas, depois dos Estados Unidos. O Brasil também tem o segundo maior sistema de informações sobre essa parte de recursos hídricos”, disse Guimarães.

Segundo ele, os dados serão registrados a cada três horas e a Região Amazônica terá maior monitoramento, já que é uma área de difícil acesso. “Para manter essa rede automatizada, o Brasil vai ter que investir, no mínimo, durante um período de cinco a dez anos, algo em torno de R$ 130 milhões”, acrescentou..

Para Valdemar Guimarães, o país vai se beneficiar de conhecimentos detalhados da atmosfera e gerar informações básicas que possibilitam implicações em várias áreas como agricultura, gestão das águas, geração de energia elétrica e prevenção de desastres naturais.

Rede de Validação de Dados GPM

A Comissão de Coordenação do Programa de Medida Global da Precipitação estabeleceu, mais recentemente, como uma das atividades prioritárias do GPM-Br a implantação de uma Rede Nacional de Validação de Dados GPM no Brasil, que oportunamente, será utilizada para distribuição de dados GPM.

Para implantação dessa rede será necessário contar com a cooperação de instituições interessadas em participar do Programa GPM, tais como, universidades e instituições que atuem na área de meteorologia, com as quais se pretende estabelecer Acordo de Cooperação Técnica, tendo em vista a conjugação de esforços para desenvolvimento de atividades de suporte a medidas de precipitação efetuadas por satélites ambientais e, futuramente, ao processamento destas informações.

Inicialmente, foram contatadas oito instituições: Agência Nacional de Águas (ANA); Instituto Tecnológico Simepar; Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme); Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet); Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa); Instituto Astronômico e Geofísico/Universidade de São Paulo (IAG/USP); Universidade do Estado de São Paulo (USP) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
(Com informações da Agência Brasil e da Assessoria de Comunicação da AEB)

 

Fonte: Jornal da Ciência 3716, 09 de março de 2009.