Brasil, Índia e África do Sul vão desenvolver dois satélites

22 de abril de 2010 - 06:11

Acordo trilateral prevê cooperação científica e tecnológica
Brasil, Índia e África do Sul assinaram nesta quinta-feira (15/4), em Brasília, um acordo de cooperação para o desenvolvimento de dois satélites, além de troca de informações e pesquisas sobre energia solar.
 
Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os satélites serão usados em estudos climáticos e agrícolas dos três países. “Esse é mais um de diversos acordos trilaterais assinados entre os países do Ibas (Índia, Brasil e África do Sul). Esses satélites são importantes para reforçarmos o trabalho dos centros espaciais”, destacou.
 
O outro acordo se refere ao compromisso de busca por desenvolvimento no campo da energia solar, que pode vir a ter um marco regulatório comum. Em dois meses, as conversas deverão ser formalizadas em documento, de acordo com diplomatas.
 
Um grupo de trabalho foi designado para debater ainda intercâmbios relativos às áreas de biotecnologia, nanotecnologia, saúde, energias alternativas, oceanografia, tecnologías de informação e comunicação e conhecimentos indígenas.
 
O acordo para construção de satélites foi firmado na 4ª Cúpula do Ibas, que reúne os chefes de Estado dos três países. O primeiro ministro indiano, Manmohan Singh, afirmou que o encontro e o acordo de cooperação ajudarão no desenvolvimento dos países. “Os países do Ibas têm uma experiência rica em questões globais. Tenho certeza que avançamos na direção correta para o desenvolvimento em áreas estratégicas como agricultura, ciência e tecnologia, energia e pesquisas espaciais.”
 
Segundo o presidente Lula, na reunião também foi discutida a ampliação da cooperação científica e tecnológica entre os três países. O presidente sul-africano, Jacob Zuma, destacou que o conhecimento adquirido com o desenvolvimento do satélite é útil também para outras áreas. “Estamos muito animados com o desenvolvimento de um satélite para o Ibas. É uma oportunidade de aumentarmos a nossa capacidade científica. O conhecimento pode ser aplicado em áreas como saúde e transporte”, disse.
 
O Ibas possui um fundo de capacidade limitada, de acordo com os próprios chefes de Estado. Esses recursos, que, de acordo com o jornal “Folha de SP”, são da ordem de US$ 3 milhões por ano, seriam utilizados nos programas conjuntos.
 
Contudo, seu principal atrativo seria o desenho institucional, que derrubaria entraves burocráticos e facilitaria a troca de invenções simples, como uma semeadora manual desenvolvida pela Embrapa.
(Com informações da Assessoria de Comunicação do MCT, da agência Xinhua e da Folha de SP)

 

Fonte: Jornal da Ciência 3991, 16 de abril de 2010.