Brasil faz estudo inédito sobre o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus
24 de agosto de 2009 - 06:24
Estudo, financiado pelos ministérios da C&T e da Saúde, acompanhará 15 mil servidores de seis instituições públicas de ensino e pesquisa
Para conhecer melhor os fatores que influenciam os diversos aspectos associados ao desenvolvimento da hipertensão arterial e da diabetes mellitus, um estudo acompanhará 15 mil servidores, entre 35 e 74 anos de idade, ativos e aposentados.
Serão acompanhados trabalhadores de seis instituições de ensino e pesquisa de vários estados do país: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro; Universidade Federal da Bahia, Salvador; Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória; Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte; Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre e Universidade de São Paulo, São Paulo.
O Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (Elsa), investigação multicêntrica a respeito das doenças cardiovasculares e do diabetes mellitus, é uma iniciativa inédita e conta com financiamento do CNPq, da Finep e do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratágicos (Sectie).
Segundo a coordenadora do Estudo na Fiocruz, Dora Chor, o Sistema Único de Saúde (SUS) baseia seus protocolos e diretrizes para ações preventivas em dados gerados por países desenvolvidos. “Considerando-se a carga significativa dessas doenças no SUS e o custo a elas associado, fornecer dados brasileiros para programas preventivos é uma das metas centrais do Elsa”.
Os aspectos estudados incluem fatores sociais, biológicos, comportamentais, ambientais, ocupacionais e psicológicos. “Investigar o impacto de desigualdades socioeconômicas e de diversidades regionais na ocorrência dessas doenças, em um país de dimensões continentais e marcada heterogeneidade étnico-racial e socioeconômica, pode nortear as prioridades no planejamento de políticas públicas”, afirma a pesquisadora.
Como se trata de um acompanhamento de longo prazo, não existe previsão para o término da pesquisa. “Existem investigações desse tipo em outros países que tiveram início na década de 1940 e que estão, no momento, investigando questões de interesse científico entre os netos do primeiro grupo de voluntários. Esse tipo de estudo é de grande importância na epidemiologia”, explica Dora.
Os voluntários serão avaliados a cada três anos. Após a primeira etapa de coleta de dados, será possível conhecer novas ocorrências, a incidência das condições ou doenças, o ganho de peso, incapacidades permanentes e óbitos. A previsão é de que os primeiros resultados sejam divulgados em 2011.
(Com informações da Assessoria de Comunicação do CNPq)
Fonte: Jornal da Ciência 3832, 21 de agosto de 2009.