Alimentação ocidental causa 35% dos infartos

29 de outubro de 2008 - 10:36

Estudo em 52 países confirma que a dieta rica em carnes e gorduras é a mais nociva

Pesquisa canadense com dados de 52 países aponta a dieta ocidental, rica em fritura, sal, comidas gordurosas, ovos e carnes, como a responsável por 35% de todos os infartos no mundo. Na América Latina, o estudo incluiu Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, Guatemala e México.

De acordo com o levantamento publicado na revista “Circulation”, da Associação Americana do Coração, as pessoas que seguem a dieta ocidental são mais propensas a infartos.

Já os indivíduos que priorizam o consumo de frutas e vegetais são mais protegidos.

A equipe do médico Salim Yusuf, da Universidade McMaster, em Ontário, no Canadá, acompanhou mais de 16 mil pacientes, 5.700 dos quais tinham acabado de sofrer um primeiro ataque do coração.

Os autores examinaram amostras de sangue dos participantes e preencheram um formulário com hábitos alimentares de cada um, entre fevereiro de 1999 e março de 2003.

Então a equipe dividiu os voluntários em três grupos: oriental, com um consumo elevado de soja; ocidental, com alta ingestão de produtos fritos, snacks salgados e carnes ; e prudente , com grande consumo de frutas e de outros vegetais.

As pessoas que consumiam frutas, legumes e verduras tinham 30% menos de riscos de ataque cardíaco, comparado ao grupo que comia pouco ou nada desses alimentos.

Quem seguia a dieta ocidental apresentava 35% mais chances de infarto.

Alimentação oriental causa hipertensão O grupo oriental tinha uma probabilidade considerada média de ter um infarto, comparados aos demais. O resultado é importante porque antes não estava claro se eram os alimentos em si ou algo mais que aumentava o risco cardíaco.

A dieta oriental, com pratos à base de soja, foi considerada neutra, em vez de protetora, devido à sua concentração de sódio, substância que causa hipertensão. A prudente, com grande consumo de frutas e outros vegetais, seria ideal por ser protetora.

— Doenças cardíacas são a principal causa de morte em muitos países ocidentais, incluindo América Latina — disse o Fernando Lanas, coordenador do estudo na região.

Estresse crônico, hipertensão, diabetes, fumar, acúmulo de gordura abdominal e altas taxas de colesterol foram apontados pelos autores como outros fatores que duplicavam o risco de infarto.
(O Globo, 22/10)

Fonte: Jornal da Ciência 3625, 22 de outubro de 2008.