Uece obtém nova patente concedida pelo INPI

7 de abril de 2025 - 10:24

 

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) recebeu, no último dia 1º de abril, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), aprovação de sua quinta carta-patente. O documento visa a proteção da invenção de uma órtese ortopédica para diabéticos. Essa é a quinta patente da instituição, sendo a primeira obtida em 2021.

A inovação patenteada foi resultado de tese de doutorado em Biotecnologia, de autoria da fisioterapeuta Karla Camila Lima de Souza, sob orientação da professora da Uece, Vânia Marilande Ceccatto, e coorientação de Francisco Fleury Uchoa Santos Júnior. A pesquisa foi desenvolvida em modelo pré-clínico (em animais), no Instituto Superior de Ciências Biomédicas (ISCB), no campus Itaperi.

De acordo com a pesquisadora principal, a patente refere-se à produção de uma órtese que pode simular uma palmilha podálica adaptada para pacientes diabéticos. “Para simular esse uso e posteriormente produção, primeiramente procuramos quais eram os principais materiais utilizados para confecção de palmilhas tradicionais, depois resolvemos testar esses materiais em animais induzidos ao diabetes”, explica Karla.

Na busca pela identificação do melhor material, o podadur (EVA para confecção de palmilhas tradicionais) e o látex natural se destacaram, como comenta a professora Vânia Ceccatto. “Eles oferecem alta resistência à deformação (módulo de elasticidade elevado), boa dureza (proteção do pé com sensibilidade reduzida), excelente capacidade de absorver energia com baixa resiliência (importante para reduzir a pressão plantar), baixa densidade (mais leve) e boa estabilidade térmica e composição química adequada”, explica a docente. O látex natural, segundo a literatura especializada, é amplamente indicado para diversas aplicações na área biomédica.

A pesquisa, bem como o produto e a patente, mostram o quanto a Ciência, por meio da academia, pode contribuir com a sociedade, neste caso, com a prevenção de complicações graves do pé diabético, como úlceras e até amputações. “Temos aqui um exemplo de integração entre pesquisa básica, aplicada e inovação tecnológica. Além disso, com os resultados obtidos, temos uma base para novas pesquisas clínicas, testes de materiais e desenvolvimento de produtos biomédicos”, ressalta a docente Vânia Ceccatto.

Tendo contribuído também para a obtenção da quarta carta-patente da Uece (colocar link: https://www.uece.br/noticias/uece-descobre-oleo-capaz-de-tratar-problema-causado-pelo-diabetes-e-obtem-patente/), professora Vânia expressa sua satisfação em fortalecer a propriedade intelectual da instituição. “Tenho 27 anos de trabalho nesta universidade, é uma grande honra e motivo de orgulho contribuir para o fortalecimento da propriedade intelectual da Uece. Saber que o conhecimento gerado dentro da universidade pode se transformar em soluções concretas para problemas reais da sociedade reforça o papel social da ciência. Além disso, esse reconhecimento estimula ainda mais para que possamos contribuir com a inovação na área”, afirma.

Para viabilizar a obtenção das patentes, a Uece e seus pesquisadores contam com o suporte da Agência de Inovação (Agin), que desempenha papel fundamental no processo de elaboração e submissão das solicitações, bem como no acompanhamento de todo o trâmite até a emissão das cartas-patente.

O coordenador da Agin, professor Jerffeson Teixeira, ressalta que a conquista reforça a excelência das pesquisas da Uece. “É mais uma demonstração da capacidade, do potencial dos nossos pesquisadores, dos nossos grupos de pesquisa, em produzir tecnologias que são realmente inovadoras e que podem contribuir com o desenvolvimento de produtos e negócios voltados aos desafios do mercado e da academia”, pontua.

Também estão entre os inventores da órtese ortopédica patenteada os pesquisadores Cassiano Oliveira Moreira, Nathália Maria Rodrigues de Andrade, Jefferson Pacheco Amaral Fortes, Pedro Cunha Lopes, José William Girão Dias, Yara Carliane de Abreu Mesquita, Carla Andressa Andrade dos Santos, Jonathan Elias Rodrigues Martins e Antonio Nadson Modesto Filho.