Embrapa reforça pesquisas com palmeiras oleíferas para biodiesel

28 de julho de 2010 - 05:00

Projeto será executado em três anos pela Embrapa Agroenergia, em parceria com oito unidades empresa e oito universidades
O projeto “Pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em palmáceas para a produção de óleo e aproveitamento econômico de co-produtos e resíduos” (Propalma).
 
As ações do projeto, apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e aprovado em junho deste ano, serão desenvolvidas em todas as regiões do país, especialmente nos estados do Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Piauí, Maranhão, Pará, Amapá, Amazonas e Roraima.
 
De acordo com o líder do projeto e pesquisador da Embrapa Agroenergia Leonardo Bhering serão avaliadas quatro palmeiras oleíferas potencialmente viáveis para a produção do biodiesel. “O projeto reforçará as pesquisas com o babaçu, o tucumã, o inajá e a macaúba. Acredita-se que pode ser um grande avanço nas pesquisas destas espécies, aumentando a diversidade e também fornecendo subsídios para delinear estratégias de condução dos cultivos ou do extrativismo sustentável, com aumento de produção e domesticação”, declara Bhering.
 
O Propalma visa promover o domínio tecnológico e a domesticação para incorporar e utilizar palmáceas selecionadas pela sua densidade energética e distribuição territorial como matérias-primas para produção comercial de óleos. Além disso, busca remover os gargalos tecnológicos para o aproveitamento econômico de co-produtos e resíduos, inserindo as regiões de ocorrência dessas palmáceas na geopolítica de produção de biocombustíveis (biodiesel, etanol e carvão vegetal), adubos e rações.
 
Bhering ressalta que as espécies foram escolhidas pelo elevado potencial de produção de óleo, pela produção de biodiesel com matérias-primas regionais e pelo incentivo aos Arranjos Produtivos Locais (APLs), podendo ser uma nova fonte de renda para os agricultores familiares.
 
O estabelecimento de APLs pode atender à necessidade do suprimento contínuo de matérias-primas para a produção de biodiesel e otimizar o uso das terras e o balanço energético global. “Nesse tipo de APL é vantagem a formação de associações ou cooperativas de produtores que instalem unidades de esmagamento das matérias-primas”, reforça o pesquisador.
 
Além da Embrapa Agroenergia, as outras unidades da Embrapa que participam do projeto são: Amapá (Macapá), Amazônia Ocidental (Manaus/AM), Amazônia Oriental (Belém/PA), Cerrados (Brasília/DF), Roraima (Boa Vista), Meio-Norte (Teresina/PI), Agroindústria de Alimentos (Rio de janeiro/RJ) e Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília/DF).
 
Entre as universidades parceiras estão: as universidades federais de Lavras, do Maranhão, de Minas Gerais, de Viçosa, de Brasília, do Paraná e do Piauí, e a Universidade Estadual de Montes Claros.
 
Outras ações de pesquisa relacionadas a essas palmeiras oleíferas já estão em andamento na Embrapa e darão suporte à execução do Propalma, como o levantamento dos maciços de macaúba nas regiões centro-oeste e sudeste, em parceria com a Embrapa Cerrados, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
(Daniela Garcia Collares, Assessoria de Comunicação da Embrapa Agroenergia)

 

Fonte: Jornal da Ciência 4049, 09 de julho de 2010.