Ação humana levanta barreiras e faz animais desistirem de migrar
10 de junho de 2009 - 06:47
Pesquisadores do Museu Americano de História Natural observaram 24 espécies e concluíram que suas populações estão migrando menos e diminuindo de tamanho
Cercas, plantações, construções. Existe tanta coisa no meio do caminho das espécies terrestres que migram que algumas simplesmente pararam de fazer isso. Os pesquisadores do Museu Americano de História Natural observaram 24 espécies – animais grandes, com mais de 20 quilos, como alces, zebras e antilocapras. E concluíram que essas populações estão migrando menos e diminuindo de tamanho.
Algumas, como um tipo de Gnu (o Connochaetes gnou), deixaram de ser espécies migratórias. Agora, ficam sempre no mesmo local.
Os animais viajam para encontrar comida e água. Podem andar centenas de quilômetros atrás de ambientes favoráveis. Limitada a regiões menores, a população, cujo direito de ir e vir foi cassado por um imenso canavial atravancando a sua rota, encontra menos comida. Resultado: a quantidade de animais vai diminuindo – em alguns casos, levando a espécie para perto da extinção.
Em certa situações, animais migram porque a região onde estavam já não oferece a mesma quantidade de alimentos de antes. Isso pode acontecer porque a população dos animais cresceu e eles esgotaram a comida da área. Ou então porque, naquele ano, as condições climáticas foram desfavoráveis – choveu pouco, por exemplo -, as plantas renderam menos comida e os bichos ficaram numa pior.
Sem obras humanas pelo caminho, eles andariam até outra região e teriam mais chances de sobreviver.
(Folha de SP, 2/6)
Fonte: Jornal da Ciência 3774, 02 de junho de 2009.