Brasil terá mais 3 centros para ‘limpar’ CFC
13 de março de 2009 - 06:21
Novos locais, com capacidade de recuperar 3.600 toneladas por ano do gás serão inaugurados em abril e se juntarão a outros 2 já existentes
O PNUD e o governo brasileiro vão inaugurar em abril três novos centros de recuperação de gases CFC, que danificam a camada de ozônio. Os novos locais – em Recife, Porto Alegre e São Paulo – terão a capacidade de regenerar 3.600 toneladas de gases por ano usados em geladeiras e aparelhos de ar condicionado, permitindo que eles sejam reutilizados.
Os três centros se juntarão a outros dois já existentes no país, com capacidade de recuperar anualmente 2.400 toneladas de gases, instalados em 2006 em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os Centros de Regeneração de Gases Refrigerantes permitem uma recuperação maior dos gases que a reciclagem convencional, já que o processo é mais completo e retira mais impurezas.
As construções são parte do Plano Nacional de Eliminação de CFCs, executado pelo PNUD com orçamento do governo brasileiro.
A regeneração e a reciclagem dos CFCs é importante para o cumprimento das metas do Protocolo de Montreal. O documento assinado em 1987 por países das Nações Unidas determina que a produção e importação do tipo mais danoso de CFC (o CFC – 12) sejam extintas até 2010. Dados do Ministério do Meio Ambiente indicam que, em 2007, o Brasil havia atingido 85% da meta. Apesar disso, a soma do consumo de todos os tipos de CFC nesse ano no país resulta em um potencial destrutivo de 1.915,2 toneladas de ozônio.
O CFC – 12 é o mais combatido porque cada grama dele que chega à atmosfera é capaz de destruir uma outra grama de ozônio, explica o assessor técnico do plano, Anderson Alves. “É um altíssimo potencial de destruição”, diz.
Os aparelhos refrigeradores (como a geladeira e o ar condicionado) precisam do gás para funcionar e, na manutenção dos equipamentos, ele costuma ser trocado. Durante a regeneração, máquinas retiram a umidade, partículas estranhas e óleo que contaminam o gás já utilizado. Com isso, ele pode ser utilizado novamente, evitando que o Brasil importe mais CFC de outros países. “Depois de passar pela regeneração, esse gás é testado em laboratório e deve atender às mesmas normas de qualidade de um gás virgem”, afirma.
Segundo Alves, as capitais que receberão os novos centros foram escolhidas porque seus Estados, juntos, representam 60% do consumo de CFCs do país. Dados do projeto ainda indicam que o Estado de São Paulo sozinho é responsável por 35% desse uso. O plano prevê também a construção de Centros de Reciclagem – que recuperam o gás parcialmente – em todos os outros Estados até o próximo ano.
O custo de instalação de centrais como essas, diz Alves, chega a US$ 300 mil, mas, depois da construção, o gasto é de apenas R$ 1 por quilo de gás renovado. “O quilo de gás virgem custa até R$ 22, isso é um ganho que atrai os mecânicos que fazem a manutenção dos aparelhos de refrigeração”, ressalta.
Fonte: PNUD Brasil, Dayanne Sousa, 04 de março de 2009.