Restos de colisão espacial serão ameaça por 10 mil anos
18 de fevereiro de 2009 - 05:21
Até mesmo um fragmento minúsculo, de 1 cm, pode danificar ou mesmo destruir uma nave, porque ambos viajam a velocidades altíssimas
A colisão de dois satélites na última terça-feira gerou dezenas de milhares de fragmentos de lixo espacial que podem ameaçar outros satélites ao redor da Terra pelos próximos 10 mil anos, segundo especialistas afirmaram ontem, em Moscou.
O chefe de Controle de Missões da Rússia, Vladimir Solovyov, disse que a trombada entre um satélite militar russo defunto e um satélite comercial americano Iridium ocorreu na parte mais movimentada do espaço próximo, a altitude de cerca de 800 km acima da Terra.
“Essa é uma órbita muito popular, usada por satélites de comunicações e de observação da Terra”, disse Solovyov. Um deles é o satélite sino-brasileiro Cbers-2B, que monitora o desmatamento na Amazônia e está a 778 km de altitude. “As nuvens de destroços representam uma ameaça séria.”
Solovyov disse que os fragmentos da colisão poderiam permanecer em órbita por até 10 mil anos, e até mesmo um fragmento minúsculo, de 1 cm, pode danificar ou mesmo destruir uma nave, porque ambos viajam a velocidades altíssimas.
“No contato físico a velocidades orbitais, uma onda de choque hipersônica explode as estruturas”, disse o consultor aeroespacial americano James Oberg. “Ela transforma o material em confete e detona os combustíveis”, disse.
A maioria dos fragmentos se concentra perto do curso de colisão, mas alguns fragmentos foram atirados em outras órbitas, variando de 500 km a 1.300 km de altura. (Da Associated Press)
(Folha de SP, 14/2)
Fonte: Jornal da Ciência 3703, 16 de fevereiro de 2009.