Rede Malária é tema de discussão no CNPq

25 de novembro de 2008 - 09:09

Rede de pesquisa que envolve sete estados brasileiros e o Governo Federal vai investir em estudos sobre vacinas contra a doença

As Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa do Pará (Fapespa) e do Amazonas (Fapeam) participaram, nesta segunda-feira, 17 de novembro, de um encontro no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília, para avançar o processo de criação da Rede de Pesquisa em Malária.

A reunião aprovou alguns temas considerados relevantes e consensuais, como a formação de recursos humanos, ficando as questões mais específicas a serem discutidas por um grupo de três representantes que formatarão o edital a ser lançado simultaneamente – e de forma inédita – pelas Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) participantes deste edital.

Entre os temas definidos no encontro estão: estudos sobre a biologia, ecologia e controle de vetores potenciais da malária; biomarcadores para avaliar susceptibilidade e resistência à infecção malárica no hospedeiro humano; vacinas com ênfase em ensaios pré-clínicos, novas tecnologias e melhoramento dos modelos; caracterização molecular das populações de parasitos circulantes no hospedeiro vertebrado e no vetor; quimioterapia antimalárica; estudo clínico-epidemiológico; diagnóstico.

Inciativa da Fapeam, a Rede Malária conta com o apoio das Fundações do Maranhão (Fapema), Minas Gerais (Fapemig), Mato Grosso (Fapemat), São Paulo (Fapesp) e Rio de Janeiro (Faperj), além do CNPq e do Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do órgão.

De acordo com o presidente da Fapeam, Odenildo Sena, as ações organizadas pelas redes são muito mais eficientes que ações individuais, porque elas permitem que diferentes pesquisadores atuem de forma coletiva a partir de diferentes locais, na mesma velocidade da rede e em níveis superiores às produções individuais, atravessando e superando as constantes mudanças políticas nas gestões de governos, instituições e de programas pontuais como este.

Para Sena, a reunião desta segunda-feira, em Brasília, é histórica, pois quer estruturar e discutir ações para gerir pesquisas temáticas através de uma rede nacional. “Os dirigentes de fundações, os diretores científicos, representantes do CNPq e do Ministério da Saúde, além de alguns pesquisadores de várias regiões brasileiras presentes neste encontro, discutem objetivamente a configuração técnico-científica, o modelo de gestão, e os instrumentos jurídicos necessários para estabelecer as parcerias entre as FAPs, o Ministério da Saúde e o CNPq”, informa.

O diretor científico da Fapespa, Sanclayton Moreira, que participa desta reunião como representante da instituição, avalia que a articulação entre grupos de pesquisa e o intercâmbio entre pesquisadores da Amazônia e do Brasil poderá mudar a realidade dos estudos sobre malária.

“Em áreas especiais como os garimpos, assentamentos, acampamentos e reservas indígenas, já foram registrados cerca de 85 mil casos de malária, sem dúvida, uma sobrecarga para a Amazônia. A rede pode e deve transformar este quadro”, avalia Sanclayton.

Dinâmica

A reunião sobre a Rede Malária se subdividu em dois grupos, um de caráter conceitual, que vai fazer a concepção global do edital, e outro de caráter jurídico, motivo pelo qual a procuradora da Fapespa, Flaviana Vieitas, também participa deste encontro.

Serviço

A malária é uma doença infecciosa potencialmente grave, causada por parasita (protozoários do gênero Plasmodium), transmitidos de uma pessoa para a outra pela picada de mosquito do gênero Anopheles. A previsão é que o orçamento da Rede Malária possa alcançar R$ 30 milhões.
(Assessoria de Comunicação da Fapeam)

Fonte: Jornal da Ciência 3644, 18 de novembro de 2008.