Construção civil precisa de mais pesquisas, reivindica associação da área
24 de novembro de 2008 - 12:49
Nova diretoria Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (Antac) quer mais apoio do governo
O Brasil investe pouco em pesquisa e desenvolvimento (P&D) nas áreas relacionadas ao ambiente construído, como habitação, materiais, processos construtivos e saneamento, o que prejudica o desenvolvimento do país, traz prejuízos para a qualidade de vida das pessoas e limita as soluções para problemas das construções e das cidades.
Mudar essa situação é um dos objetivos da nova diretoria da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (Antac), entidade criada em 1987 e que neste mês passou a ter como presidente o engenheiro Francisco Ferreira Cardoso, professor do Depto. de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP. A escolha ocorreu no encontro nacional da Antac, realizado de 7 a 10 de outubro, em Fortaleza (CE).
Para mostrar o quanto é reduzido o investimento público em pesquisas que visam promover melhorias tecnológicas no ambiente construído, Cardoso lança mão de um único e expressivo dado: o Programa de Tecnologia da Habitação (Habitare) da Finep/MCT, contou com recursos da ordem de R$ 20 milhões, para serem utilizados nos últimos treze anos – uma média de pouco mais de R$ 1,5 milhões por ano, ou seja, 0,06% do orçamento da agência em 2008.
“É um valor muito pequeno, mas que produziram resultados importantes”, enfatiza Cardoso ao ponderar que, à exceção de quem trabalha em atividades agro-pecuárias, praticamente todas as demais atividades profissionais ocorrem em ambientes construídos: equipamentos urbanos e edifícios comerciais, industriais ou de serviços. “Sem contar que todos nós moramos em casas ou apartamentos, ou seja, ambientes que sempre requerem melhorias tecnológicas, principalmente em termos de conforto, economia e sustentabilidade”, observa o novo presidente da Antac.
Cardoso pretende incrementar a influência da entidade na definição de políticas públicas de P&D nas áreas relacionadas ao ambiente construído. “Vamos ampliar a atuação da Antac, de modo a acentuar nossa contribuição em políticas como de habitação, saneamento e meio ambiente, com ênfase na inovação tecnológica, na capacitação e na difusão do conhecimento existente, junto a um leque maior de órgãos públicos”.
A nova diretoria da entidade pretende incrementar sua relação também com empresas, visando parcerias para a realização de projetos. Um exemplo de parceria, já em curso, é o prêmio Excelência em Construção Sustentável, promovido desde 2007 pela ANTAC e pela fabricante de cimento Holcim.
A nova diretoria, que vai conduzir os rumos da entidade até outubro de 2010, é composta ainda pelo professor Carlos Torres Formoso (UFRGS), vice-presidente, e pelas professoras Andrea Naguissa Yuba (UFMS), Ercília Hitomi Hirota (UEL), Lucila Chebel Labaki (Unicamp) e Sheila Walbe Ornstein (FAU-USP).
Mais informações no site: http://www.antac.org.br
(Assessoria de Comunicação da Poli/UFSC)
Fonte: Jornal da Ciência 3642, 14 de novembro de 2008.