Estudo avalia perigo das nanopartículas
24 de novembro de 2008 - 11:33
Cientistas temem que elemento seja prejudicial ao ambiente
A comissão científica britânica ligada à poluição atmosférica encomendou uma pesquisa sobre os eventuais perigos das nanopartículas. Elas podem ser cem vezes menores do que um vírus e são usadas em diversos produtos, de roupas esportivas a suplementos alimentares.
Calcula-se que haja pelo menos 600 produtos disponíveis no mundo que contenha alguma nanopartícula. Seu uso deve aumentar nos próximos anos.
Segundo John Lawton, presidente da comissão científica, citado ontem pelo jornal britânico The Guardian, a falta de estudos sobre os efeitos das nanopartículas é preocupante porque atualmente ignora-se as potenciais conseqüências danosas para o ambiente e o metabolismo humano. “Não queremos ser alarmistas, mas quanto mais rápido soubermos mais coisas sobre isso melhor. O que dizemos é que precisamos fazer algo com urgência”, disse Lawton.
A comissão diz não querer proibir as nanopartículas, devido aos benefícios da tecnologia – apenas quer mais estudos detalhados sobre impactos. O dióxido de titânio, por exemplo, é usado em protetores solares e tem se mostrado eficaz na prevenção do câncer de pele.
Para Vicki Stone, professora de toxicologia da Universidade Napier, em Edimburgo (Escócia), certas nanopartículas demonstraram ser tóxicas em testes em laboratório. As nanofibras de carbono, usadas na confecção de roupas coloridas sem tinturas, podem chegar ao ambiente e serem inaladas, enquanto outras nanopartículas microscópicas podem ser absorvidas por vários organismos e contaminar a cadeia alimentar. (EFE)
(O Estado de SP, 13/11)
Fonte: Jornal da Ciência 3641, 13 de novembro de 2008.