Uece realiza aula inaugural Cursinho Popular Viva a Palavra

3 de novembro de 2025 - 16:21

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) realizou aula inaugural, na noite do último dia 29 de outubro, do Cursinho Popular Viva a Palavra. O evento foi realizado no Espaço Paulo Freire, no campus Itaperi, e contou com a presença dos 20 estudantes selecionados, acompanhados de seus familiares, além de docentes, gestores e representantes de comunidades parceiras.

O cursinho passa a integrar oficialmente a Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP), iniciativa promovida pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A
aprovação da proposta da Uece no edital nacional representa um novo marco na consolidação do programa, reconhecido por sua atuação em educação popular e democratização do acesso ao ensino superior.
A pró-reitora de Extensão da Uece, professora Lana Nascimento, destacou a relevância da conquista. “O cursinho passa a compor oficialmente a Rede Nacional de Cursinhos Populares, que reúne iniciativas de todo o país comprometidas com uma universidade mais plural, diversa e inclusiva”, ressaltou.

Segundo a professora, o apoio técnico e financeiro do MEC e da Fiocruz permitirá ampliar as atividades pedagógicas, conceder auxílios a estudantes e educadores e fortalecer as condições de permanência dos
participantes. “Essa conquista reafirma o papel transformador da extensão universitária e o compromisso da instituição com uma educação pública que reconhece o saber, a palavra e o território como fundamentos da formação crítica e emancipadora”, completou. O Viva a Palavra é um dos programas de extensão mais consolidados da Uece, coordenado pela professora Claudiana Alencar. O projeto é reconhecido nacionalmente por práticas pedagógicas fundamentadas na educação popular, no protagonismo comunitário e na formação cidadã, contribuindo para estreitar os laços entre universidade e comunidades populares.

Durante a solenidade, o vice-reitor da Uece, professor Dárcio Teixeira, ressaltou a importância social do projeto: “A Universidade celebra a conquista de um projeto construído tijolo por tijolo, graças ao trabalho de uma equipe engajada e ao envolvimento das comunidades do entorno do campus Itaperi e de outras regiões do Ceará. Essa ação é exemplo de mudança de vida para a sociedade.” O vice-reitor lembrou ainda que a Uece é uma universidade popular, reforçando o papel das bolsas e ações de permanência estudantil: “O aluno que ingressa na Uece vem, em sua maioria, de famílias de baixa renda. O apoio que a universidade oferece é essencial para garantir que esses estudantes possam continuar seus estudos e projetos de vida.”

A professora Lana Nascimento aproveitou o momento para reconhecer a trajetória do programa e a dedicação de sua coordenadora. “O Espaço Paulo Freire é uma conquista da professora Claudiana Alencar, e
foi aqui que nasceu o Viva a Palavra. Esse projeto é um espelho da Uece, por sua organicidade, longevidade e natureza complexa”, afirmou. Ela destacou ainda o crescimento da extensão na instituição, que hoje conta com 617 projetos ativos, e explicou que o reconhecimento nacional do cursinho surgiu a partir do mapeamento de cursinhos populares realizado pelo MEC em 2024, quando o Viva a Palavra se destacou e foi incluído na rede nacional. “A inclusão do Viva a Palavra nessa rede é motivo de muito orgulho para a Uece”, concluiu.

A coordenadora do programa, professora Claudiana Alencar, também celebrou o novo momento do projeto. “Estamos vivenciando um projeto maravilhoso para o estado. Desde 2018, o cursinho vem se fortalecendo,
inclusive com estudos acadêmicos como a tese de doutorado da professora Júlia, defendida em 2023, que analisou a amorosidade e os jogos no contexto do Viva a Palavra”, relatou. Ela ressaltou que a força coletiva dos cursinhos populares e da Pró-Reitoria de Extensão foi decisiva para a inclusão do projeto na política pública nacional. “Agora, o cursinho, que sempre se manteve ativo na Uece integra uma política nacional, indo muito além de um projeto de extensão”, destacou.

A professora Dorinha Alves, também presente ao evento, resgatou a história de vínculo entre a universidade e a comunidade da Serrinha, no entorno do campus Itaperi. Segundo ela, a aproximação teve início ainda com o Projeto Nascente, que envolvia estudantes de Pedagogia em atividades de alfabetização de jovens e adultos. “As crianças da Serrinha vinham ao campus em busca de reforço escolar. Foi ali, sob as mangueiras, que começamos a dar aulas e a construir uma relação de confiança com a comunidade”, lembrou. Ela destacou ainda a continuidade desse compromisso por meio de ações como o programa de alfabetização de mães e avós atendidas pelo Iprede, que hoje conta com bolsas financiadas pelo Programa Criança Esperança.