NOVA PRODUÇÃO, LIVRO: GESTÃO ESTRATÉGICA EM SAÚDE

15 de outubro de 2020 - 21:48

O Mestrado Profissional em Gestão em Saúde, publica gratuitamente e online, sua mais nova produção de 2020.2


O livro GESTÃO ESTRATÉGICA EM SAÚDE: ASSISTÊNCIA, AVALIAÇÃO E TECNOLOGIAS PARA MELHORIA DA QUALIDADE

INTRODUÇÃO

Clarice Maria Araújo Chagas Vergara

A Constituição Federal de 1988 estabelece, em seu artigo 196, que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas (BRASIL, 1988). Não se trata, portanto, de um compromisso a ser cumprido exclusivamente por serviços de saúde, já que abrange expressamente políticas sociais e econômicas. A integralidade na atenção à saúde da população, um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), não é algo de fácil obtenção. Logo, o imperativo da racionalidade e a necessidade de compartilhamento, otimização e maximização de recursos de ordem física, financeira e humana para que os problemas de saúde sejam sanados e prevenidos a contento se tornam estrategicamente indispensáveis (FERNANDES, 2017). A escolha dos resultados a serem perseguidos pela organização, apesar de uma atividade essencialmente política, deve respeitar algumas peculiaridades, especialmente no setor público. Assim, devem ser observadas algumas premissas administrativas que servem como referências para análise da viabilidade do planejamento, dentre as quais se destaca o mapeamento do marco legal e normativo da organização. É fundamental, portanto, delimitar a competência da organização, a fim de garantir a legalidade de suas iniciativas e a não sobreposição de esforços entre diferentes estruturas da Administração Pública (PAULO, 2016). A pactuação, o convencimento, a sedução, o estímulo, a indução, a articulação que cabe às três esferas da administração pública para consolidarem o processo de Regionalização da Saúde, dentro da realidade que se oferece para o país a partir da afirmação e solidificação das instituições republicanas e democráticas, não pode deixar de levar em consideração a ideia de Rede (FERNANDES, 2017). É recorrente a constatação de que a gestão em saúde ainda está ancorada em métodos e estratégias tradicionais, oriundas da teoria clássica da administração. E que construir novas formas de gestão na área da saúde, fundadas na participação, práticas cooperativas e interdisciplinares onde trabalhadores e usuários atuem como sujeitos ativos, permanece como desafio (LORENZETTI et al., 2014). Atualmente o planejamento estratégico na saúde tem a função de melhorar o desempenho das politicas, a eficiência e efetividade dos serviços no cumprimento de seus objetivos, bem como, pode ser utilizado de forma a identificar os principais problemas de gestão (FENILI; CORREA; BARBOSA, 2017).  As inovações tecnológicas não param de emergir e ganham cada vez mais espaço nas sociedades modernas. Vive-se na era da tecnologia, onde o conhecimento é difundido através da internet. Qualquer que seja o ramo da atividade humana, o mecanismo tecnológico estará presente, contribuindo para novos avanços e para uma produção mais ágil e qualificada (MENDES, 2013). A utilização de estratégias de tecnologia voltadas para saúde tem se tornado importante estratégia na prevenção de doenças. É alvo de atenção acadêmica e um número crescente de estudos é identificado na literatura científica brasileira. Estudos recentes destacam, ainda, a importância de ferramentas que incentivem a interdisciplinaridade (TIBES; DIAS; MASCARENHAS, 2014). Os desafios para os gestores públicos e privados são enormes e têm responsabilidades sobre qual será o modelo de atenção à saúde no Brasil, nos próximos anos e para as futuras gerações. Renovar a gestão em saúde no país, na perspectiva de uma agenda permanente de construção de um sistema de saúde, que responda às expectativas e necessidades de saúde da população, é um anseio dos brasileiros e uma missão para os gestores. Consolidar o SUS enquanto este sistema de saúde é uma prioridade e parte importante do avanço do Brasil no rumo de um país mais justo e solidário (LORENZETTI et al., 2014).