I Seminário de Didática e Prática de Ensino (I SEDIPE) ocorreu nos dias 13 e 14 de novembro de 2017

20 de novembro de 2017 - 19:40

O I Seminário de Didática e Prática de Ensino (I SEDIPE) ocorreu nos dias 13 e 14 de novembro de 2017, no auditório da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (FAFIDAM) e que teve como tema “A multidimensionalidade da didática: dimensão humana, técnica e político-social”.

O evento foi realizado como atividade da disciplina Didática Geral, ministrada nos cursos de Matemática e Geografia pelo Marcos Novaes, professor do curso de Pedagogia. O SEDIPE teve como tema: “multidimensionalidade da didática: dimensões humana, técnica e político-social” e se propôs como espaço de reflexão não só para a centralidade dos aspectos políticos da educação, mas também para os didático-pedagógicos, bem como a superação dicotômica entre escola-sociedade, teoria-prática, conteúdo-forma, técnico-político, ensino-pesquisa, professor-aluno.

Na noite do dia 13 de novembro, Leandro do Vale, estudante do curso de Geografia e representante da turma de Didática, foi o responsável pela abertura do evento. O estudante iniciou abertura com um texto sobre a atual situação dos professores e Educação e uma crítica sobre o governo Temer. Dentre suas falas, Leandro menciona o corte da bolsa PIBID: “o corte do PIBID acarreta na desistência de muitos alunos, já que os mesmos se mantêm na faculdade com a bolsa”. Logo após a apresentação do estudante, foi exibido um vídeo clipe do cantor Gabriel Pensador com o título “estou feliz, eu matei o presidente”.

Após a abertura, Marly Medeiros de Miranda, professora do curso de Pedagogia, deu início à palestra com o tema “O papel da didática na formação crítica dos educador”, abordando o papel das tendências pedagógicas e suas influências no fazer pedagógico e sua contribuição para a manutenção do status quo. A professora falou sobre a didática e a forma como é aplicada e explica “A didática não é só metodologia de ensino, não é como uma receita de bolo. Quando trabalhamos em sala de aula, considerando que formamos seres humanos, eles vão reagir diferente diante de cada proposta falada. Quem é professor sabe que chegamos com para da uma aula planejada e na hora temos que ter um plano B que se encaixe na realidade de nossos alunos.”

A professora também fez um apelo em relação ao PIBID: “Quero pedir para vocês nos apoiarem, porque nós estamos mais uma vez como fizemos a um ano atrás, nós estamos voltando a lutar para manter o PIBID. Embora não saibamos se vai ter PIBID ainda, se eu vou ser coordenadora, eu acredito no projeto, em que a gente tá levando o aluno para a realidade da escola, e a gente volta a discutir essa realidade. Nós estamos precisando que a sociedade mais uma vez nos apoie e assine o abaixo assinado. Precisamos continuar lutando.”

Para finalizar a abertura, Manoel Gedeon Carneiro, professor do curso de Geografia, falou sobre a didática: “A didática não é apenas como você vai ministrar sua aula, ela trás uma série de elementos, além desses elementos também tem a questão de uma situação que pode surgir em sala de aula e que temos que ser criativos”. Também fez um breve comentário sobre o PIBID e a importância desse auxílio para a formação dos futuros professores: “vamos todos contribuir, a formação de professores acaba não dando conta e, com o PIBID, ela fica diferente.” O professor elogiou a organização do evento e ao professor Marcos que ministra as aulas de Didática.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi um dos temas discutidos no seminário, na manhã do dia 14/11. Este momento foi mediado pela Janiele Freitas, estudante do curso de Geografia, que se deteve em apresentar a convidada Iara Saraiva, professora do IFCE de Limoeiro do Norte, para proferir a palestra intitulada “Base Nacional Comum Curricular: origens e articulações ao projeto neoliberal” foi contextualizado a essência sócio-política da BNCC, apontado as consequências desta na autonomia docente, bem como a atrelamento da BNCC com o neoliberalismo, evidenciando sua articulação com os organismos multilaterais e sua visão de educação centrada na pedagogia das competências.

No primeiro momento, a professora parabenizou a organização do evento pela iniciativa de abrir espaço para discutir temas de tamanha importância, tendo em vista o impacto direto que isso acarreta na própria universidade. Prosseguindo sua fala, contextualizou o que seria, primeiramente, a BNCC, qual proposta de currículo e que este é formado para ser aplicado, segundo palavras da professora “este documento irá pontuar que tipo de cidadão é para ser formado”. Tendo em vista esses moldes de ensino que a BNCC propõe para serem seguidos, a professora questionou em sua apresentação a seguinte questão: “Existe autonomia discente?”. Iara acrescentou que esta autonomia pode ser relativa, tendo em vista a oportunidade de discutir temas, até então proibidos em sala de aula, em espaços adjacentes a escola. A professora colocou que, para que se possa compreender essa nova proposta da BNCC, é preciso entender a princípio, o contexto histórico-político-social no qual o Brasil está inserido, segundo sua fala “o Brasil deve atender às demandas internacionais”. O segundo momento de sua palestra foi dedicado à apresentação da estruturação da BNCC e como se deu a participação da comunidade quanto às sugestões para a criação do documento. Neste caso, foi feita a criação da plataforma virtual na qual poderiam ser registradas sugestões para a elaboração do novo documento. Para finalizar sua fala, Iara apresentou algumas críticas sobre o documento, realizadas por profissionais da educação. Além disso, exibiu uma animação intitulada “Chicken little: o céu está caindo” da Disney World que exemplificava a relação de alienação quanto às questões de manipulação e poder da classe dominadora com a classe mais desfavorecida.

A última atividade da programação, na noite do dia 14/11, correspondeu a uma palestra de tema “Didática, Metodologias e as Novas Tecnologias da Comunicação e da Informação na Sala de Aula”, ministrada por Rose Alves de Moura Beserra, professora e ex-estudante do curso de Letras Português da Faculdade de Filosofia Aureliano Matos (FAFIDAM).

A palestrante começou abordando a questão da formação e sua articulação com o uso das novas tecnologias, apresentou um panorama histórico acerca da tecnologia visando o esclarecimento de conceitos com relação a alguns termos. Partindo disso, abordou como que o uso das TICs nas escolas está amparado conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e Plano Nacional de Educação (PNE). Com isso, também mencionou os desafios e possibilidades das TICs na educação direcionado o olhar para as dificuldades enfrentadas com relação aos quesitos da infraestrutura escolar e formação de professores, mas elucidou que a sua inserção contribui a ponto de proporcionar uma interação e uma dinamicidade no ensino.

Mostrou a falta de domínio por parte de alguns professores, apresentando que isso deve-se a períodos em que os sujeitos estão situados, a diferentes gerações tecnológicas, onde eles podem ser imigrantes ou a própria geração Z caracterizada por pessoas que nascem no momento da explosão/democratização do uso das tecnologias aproximadamente entre o começo dos anos 90 e o fim da primeira década do século XXI (2010).

A Profª Rose Alves compartilhou duas pesquisas feitas pela mesma, uma no Ensino fundamental e outra no Ensino Médio, nesta ela comprovou que as dificuldades tecnológicas de uma, também ocorre em outra, e denota que as principais dificuldades são na infraestrutura e na formação do professor.

Além disso, atestou que embora as tecnologias estejam fortemente presentes no nosso meio e por acreditar que não há possibilidade de nós regressar a ponto de não faz mais o seu uso é que ela na sua fala afirmou que “A tecnologia não irá substituir o professor, ela continuará a ser o que ela é: um recurso didático.” Para concluir, ela expôs alguns sites e programas como ferramenta de ensino-aprendizagem e melhoria do trabalho docente com as TICs. Podemos citar tais como: GeoGebra para Matemática, o site Geotecnologias para Geografia, o aplicativo Duolingo para o Inglês e o site Historiador Digital para História, Portal do Professor e o BIOE.

Em seguida, teve uma discussão aberta pelo Prof. Marcos Novaes e fechada pela palestrante sobre educação a distância semipresencial na formação inicial de professores, onde a mesma se posicionou pela abertura desta apenas para pós-graduação e mestrado, pois segundo a mesma, a graduação deveria ser feita apenas presencialmente por conta de diversos fatores.

Por fim, o aluno Leandro do Vale agradeceu a presença da palestrante por enriquecer, juntamente com todos os convidados, o evento e também aos idealizadores do evento como o professor Marcos Novaes e os estudantes dos cursos de Geografia e Matemática da disciplina de Didática.

Comissão organizadora

Público participante

Professores

Palestra de abertura

Palestra sobre TICs