Uece inaugura reforma do prédio da EdUece e celebra aniversário da Editora

25 de setembro de 2025 - 11:28

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) realizou, na tarde desta quarta-feira, 24 de setembro, a solenidade de inauguração da reforma do prédio da Editora da Uece (EdUece), no Campus Itaperi. O evento contou com a presença do reitor, professor Hidelbrando Soares, do vice-reitor, professor Dárcio Teixeira, da diretora da Editora, professora Cleudene Aragão, do chefe de gabinete, professor Altemar Muniz, do professor Artur Pinheiro, autor da obra lançada na ocasião, além de demais autoridades da administração superior, servidores, docentes e estudantes. Também esteve presente, representando o secretário de educação de Fortaleza Idilvan Alencar, o professor Webster Belmino.

A revitalização do espaço contemplou a manutenção completa da cobertura, com troca de telhas; correção de forros internos; recuperação da marquise da entrada; manutenção de luminárias e instalações elétricas; revisão da rede de lógica; e pintura do prédio, garantindo melhores condições de funcionamento e acolhimento para autores, leitores, servidores e colaboradores.

O reitor da Uece, professor Hidelbrando Soares, destacou o papel fundamental da professora Cleudene Aragão na condução da Editora da universidade. Segundo ele, “Cleudene tem dado um dinamismo importante à editora, desde que assumiu a direção. Além de professora da Uece e diretora da EdUece, ela é também diretora de comunicação da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu). Estar aqui hoje com todos vocês comemorando os 38 anos da editora é um importante marco”.

O reitor ressaltou ainda que a celebração se soma a um esforço institucional mais amplo, iniciado em 2024, voltado à reforma e à manutenção da infraestrutura da universidade. “Estamos numa frente importante de melhorias tanto no Campus Itaperi, quanto no Campus Fátima, assim como nos campi do interior do estado”, explicou. Entre as ações, estão a requalificação de vias de circulação, calçadas, acessos e áreas de acessibilidade. “Isso tem surtido um efeito muito positivo para todos nós, e a nossa editora entrou nesse conjunto de intervenções”, acrescentou.

O reitor também anunciou avanços em outro projeto significativo para a Uece: a construção da concha acústica. Ele lembrou que recentemente o deputado Idilvan Alencar destinou emendas parlamentares para a obra e destacou que agora o Governo do Estado complementou os recursos necessários. “Temos hoje as condições objetivas de iniciar todas as tratativas para a licitação da concha, que terá projeção de 1.500 lugares”, comemorou.

38 anos da EdUece

Na ocasião, também foi comemorado o aniversário da EdUece, criada em 24 de setembro de 1987. Ao longo de 38 anos, a Editora tem se consolidado como um importante canal de difusão da produção acadêmica e cultural da universidade e da sociedade.

A diretora da Editora da Uece, professora Cleudene Aragão, destacou que a solenidade representou dois momentos importantes: a celebração da reforma do prédio e o reencontro com a comunidade acadêmica. Segundo a diretora, a requalificação do espaço garante não apenas melhores condições de trabalho, mas também um ambiente mais acolhedor para autores e leitores. “Nós temos a oportunidade tanto de trabalharmos em um ambiente melhor, como de recebermos o nosso público, que são os autores e os leitores”, afirmou.

Para a professora Cleudene, a ocasião também simboliza a importância dos encontros. “Esse aqui é um momento lindo de muitos encontros”, disse. Em tom de gratidão, a diretora fez questão de reconhecer o trabalho de todos que já contribuíram com a Editora. “Quero agradecer a todos que fizeram parte desta editora, especialmente ao professor Erasmo Ruiz, que por muitos anos esteve à frente da EdUece” e concluiu agradecendo aos atuais colaboradores. “Quero agradecer também aos servidores, colaboradores e bolsistas, que fazem da editora uma grande máquina de movimento, sempre alegres e embarcando em nossas aventuras”, finaliza.

As obras publicadas pela EdUece, assinadas por docentes, discentes, servidores e autores de diversas instituições brasileiras, percorrem bibliotecas, universidades e centros de pesquisa em todo o país, fruto de convênios e intercâmbios com editoras universitárias, especialmente em parceria com a Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ABEU). Além disso, a Editora marca presença em bienais nacionais e internacionais, levando o nome da Uece a importantes cenários culturais.

Programação cultural

A programação da solenidade incluiu a apresentação da Banda de Base da Uece, projeto criado em 2024 e coordenado pelo professor Tenison Santana, que oferece à comunidade acadêmica um espaço de aprendizado e prática musical por meio da experiência em banda.

Houve ainda o lançamento do livro “Feclesc em Cordel: 1973 a 1996 – Coletânea de Cordéis Escritos ao Longo de 34 anos”, de autoria do professor aposentado Francisco Artur Pinheiro Alves, doutor em Ciências da Educação, mestre em Educação e graduado em História. O autor já foi vice-diretor (1989–1992) e diretor (1992–1996) da Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (Feclesc) e publicou em 2007, também pela EdUece, o livro A Interiorização da Uece no Sertão Central.

O professor Francisco Artur Pinheiro Alves, autor do livro Feclesc em Cordel: 1973 a 1996 – Coletânea de Cordéis Escritos ao Longo de 34 anos, expressou a emoção de lançar a obra durante a celebração dos 38 anos da EdUece. Ele relembrou a trajetória da instituição e a importância de registrar em versos a história da faculdade. “É uma honra muito grande estar aqui. Quero agradecer à professora Cleudene, ao professor Altemar e ao reitor por terem possibilitado a edição do meu livro”, afirmou.

Ex-vice-diretor da Feclesc entre 1989 e 1992 e diretor entre 1992 e 1996, Artur Pinheiro destacou que a obra reúne cordéis produzidos em diferentes momentos da história da faculdade. “O primeiro cordel, por exemplo, foi escrito quando o professor Telmo era diretor. Ele mesmo escreveu a contracapa com o título profético: O Sertão vai ser doutor”, recordou.

O autor lembrou que o cordel narra desde a criação da fundação que deu origem à faculdade, em 1976, até as transformações vividas pela instituição ao longo das décadas. Ele ressaltou que o trabalho é fruto de uma construção coletiva e da memória de várias gerações. “Escrevemos sobre a residência universitária, sobre os aniversários da faculdade, sobre os professores e servidores que contribuíram até 1996. São registros que mostram a dedicação de muitas pessoas”, explicou.

Durante a pandemia, o professor aproveitou o isolamento para escrever novos cordéis, ampliando a coletânea agora publicada. Para ele, a obra representa não apenas a preservação da memória da Feclesc, mas também um legado disponível para toda a comunidade. “Estou muito feliz com esse privilégio de lançar o livro, que ficará acessível a todos e já pode ser consultado inclusive pela internet”, celebrou.

A obra foi apresentada pelo professor Altemar Muniz, que destacou a relevância histórica e cultural do registro em cordel para a memória da Uece e do Sertão Central.

O professor Altemar Muniz, chefe de gabinete da Reitoria e docente de História da Feclesc, ressaltou a emoção de revisitar a trajetória da faculdade em sua fala durante o lançamento do livro. “Para mim é uma grande alegria falar da minha faculdade de origem e desta obra”, afirmou.

Ele destacou que o cordel escrito pelo professor Artur Pinheiro resgata a determinação de um povo que, mesmo em meio a um período de forte crise econômica, encontrou caminhos para construir uma instituição de ensino superior no Sertão Central. “É interessante pontuar nesse cordel que ele conta um pouco da história do que foi a determinação de um povo para construir”, disse.

O professor Altemar lembrou que a Feclesc nasceu em um cenário adverso, quando a crise do algodão, causada pelo bicudo, levou muitas famílias a deixarem a região. Ainda assim, a comunidade local se mobilizou para garantir oportunidades de educação para seus filhos. “A faculdade de Quixadá surge como uma mobilização de toda a comunidade do Sertão Central para que os seus filhos pudessem ser doutores. Essa era a grande questão da época, inclusive estampada em manchetes de jornais: o Sertão vai ser doutor”, recordou.

O professor reforçou a importância de valorizar a memória institucional e reconhecer os esforços das gerações anteriores. “É muito importante que, ao chegarmos a uma universidade, a uma escola, a uma orquestra ou a um curso de música, conheçamos a história do que foi feito antes. Assim, evitamos pensar que a história começa ou termina em nós”, afirmou.

Ele concluiu lembrando que cada conquista atual é fruto de lutas passadas. “Para termos uma banda, um curso de música ou uma universidade pública e gratuita de 50 anos, foi necessária muita dedicação e coragem de pessoas que ergueram uma bandeira quando nada era favorável”, destacou.

Lançamento de edital

Integrando a programação dos 50 anos da Uece, o evento também marcou o anúncio do primeiro edital de publicações da EdUece, previsto para ser lançado em outubro, ampliando as oportunidades de difusão científica, cultural e pedagógica da produção da comunidade acadêmica.