PPGS recebe na próxima quarta-feira reunião promovida pelo grupo de pesquisa POLIS

27 de junho de 2016 - 01:29

alt 

Na próxima quarta-feira, dia 29, às 9h, o PPGS recebe reunião promovida pelo grupo de pesquisa POLIS, ligado à linha Cultura, Diferença e Desigualdade? Na ocasião, serão apresentados os resultados da pesquisa de Doutorado em Sociologia, da professora Gerciane Oliveira, professa da Ufersa e professora colaboradora do PPGS.

 
 Estão convidados todos aqueles (estudantes e pesquisadores de graduação e pós-graduação) que tenham interesse pelo domínio da sociologia da arte e da cultura.

Abaixo segue o resumo do trabalho.

 
 

Título: “É ou não é um quadro Chico da Silva?:

Estratégias de autenticação e singularização no mercado de pintura em 

Fortaleza”

a pesquisa visa problematizar o papel ativo do mercado de arte na constituição e recriação permanente dos valores os quais o legislam e o orientam. Sob o enquadramento do projeto da Sociologia da mediação, mais especificamente, da Sociologia do mercado, domínio de estudo inaugurado pela socióloga Raymonde Moulin, as intermediações humanas, materiais e institucionais são observadas como condicionantes da relação que 

se estabelece entre obra e sua recepção. Neste sentido, o caso do mercado de pintura “Chico da Silva” se exibe como uma janela para refletir sobre a atividade deste locus no que diz respeito não só à imputação de valores materiais e fixação de preços, mas também de negociação e acionamento dos significados simbólicos que permeiam e norteiam esse campo. Inscrito no contexto de estruturação do mercado de pintura no Ceará que se observou nos anos de 1960, o comércio de obras “Chico da Silva” se fará por meio dos distintos canais de venda disponíveis, formais e informais, e se caracterizará pela elasticidade e homogeneidade da oferta. Isto decorre da propagação da maneira de pintar “Chico da Silva”, ampliada do atelier de produção coletiva organizado pelo Artista para inúmeros núcleos de feitura de telas espalhados pelo bairro Pirambu. Ante esse boom mercadológico, a retomada do controle do monopólio das vendas por parte dos agentes comerciais e do próprio Artista representou a mobilização de estratégias de atribuição de valor às obras, com suporte na constituição de índices de singularidade e autenticidade pautados em expedientes intrínsecos e extrínsecos à obra que buscavam assegurar de maneira arbitrária a crença acerca da genuinidade dos quadros.