Culturas Juvenis e Promoção da Saúde
22 de maio de 2019 - 14:39
Culturas Juvenis e Promoção da Saúde: educação preventiva nos documentos médicos para as escolas de ensino médio
Resumo
Temas como sexualidade, gravidez na adolescência, juventudes e participação política, infecções sexualmente transmissíveis, HIV e Aids, drogas, raças, classes, gêneros, etnias, diversidades sexuais, dentre outros, ainda suscitam tensões e desconhecimentos nas sociedades contemporâneas. É como se existissem certas limitações ou ruídos de comunicação no falar sobre eles, denunciando um desconforto representado por comportamentos e sofrimentos sociais e psíquicos. Partindo da compreensão nietzschiana de que as situações que provocam incômodo, discriminação e mal-estar demandam reflexões e ações coletivas, desde o ano de 2014 trabalhamos com pesquisas documentais com o propósito de analisar como o Ministério da Saúde vem elaborando informações sobre as infecções sexualmente transmissíveis o e HIV/AIDS para a população. O trabalho nos possibilitou mapear e identificar uma série de documentos que aborda a problemática das infecções/doenças sexualmente transmissíveis e do HIV/AIDS na perspectiva de vários grupos populacionais. Em meio a esse processo, nos deparamos com o Programa ?Saúde e Prevenção nas Escolas? (SPE), direcionado para a população jovem das escolas públicas do país. O Programa apresenta-se no formato de manuais, contemplando várias temáticas de cunho comportamental, valorativo e de políticas de saúde. Nesse contexto, o propósito da pesquisa em questão é de analisar as temáticas dos manuais do Programa ?Saúde e Prevenção nas Escolas? na sua organização didático-pedagógica e de elaboração de conteúdo. As análises das formas e dos conteúdos simbólicos desses documentos proporcionam um caminho possível para entender como os estudantes de nível médio das escolas públicas estão sendo informados e formados no seu processo de sociabilidade em tempos de incertezas e pluralidades. A metodologia orienta-se no referencial de análise proposto por Thompson (1995), por compreender que as formas e os conteúdos simbólicos presentes nas temáticas dos manuais, remetem a considerar a existência, a priori, de uma pré-interpretação elaborada sobre tais questões, tanto pelo contexto sócio histórico, como pelas instituições médicas. As análises dos documentos possibilitam uma incursão em um contexto discursivo e de vivências, no qual estão registrados a tensão entre a norma e a transgressão, a cultura médica e a dinâmica escolar e o reconhecimento da promoção da saúde como capital de vida para a juventude.
Coordenação: Preciliana Barreto de Morais
Financiamento: Bolsa de Iniciação Científica (CNPQ)
Prazo de realização: 2018 – ATUAL