Exposição com curadoria de Guilherme Marcondes é aberta no MAC Dragão

22 de dezembro de 2021 - 07:19

Encerrando o ciclo expositivo deste ano, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC Dragão), equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará que integra o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar, abre nesta quarta-feira (22), a partir das 9h30, a exposição “Quilombo Cearense”, que tem curadoria do pós-doutorando do PPGS/UECE, o Prof. Dr. Guilherme Marcondes e conta com a assistência técnica de Maíra Abreu e Hailla Krulicoski.

Quilombo Cearense

Ocupando os pisos inferior e superior do Museu, “Quilombo Cearense” reúne obras do acervo do MAC Dragão e de artistas convidadas que, a partir deste recorte, lançam luz sobre o processo de construção da memória artística de artistas não-brancos que compõem o acervo do Museu. Desde 2018, na sua pesquisa de pós-doutorado (PNPD/CAPES) no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual do Ceará (PPGS/UECE), Marcondes vem investigando qual é o papel da racialidade e do gênero no processo de legitimação de artistas negros da arte contemporânea. Como desdobramento desta pesquisa, em 2019 o curador passou a analisar a presença de pessoas não-brancas no acervo do MAC Dragão. Partindo da ideia que os museus são locais privilegiados de preservação da memória, segundo Marcondes, cabe investigar que memória é essa que vem sendo perpetuada, de quem é essa memória e pra quem e como ela está sendo apresentada. A partir do levantamento baseado na autodeclaração dos artistas e nas informações coletadas em bancos de dados como a Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, no caso de artistas já falecidos, o pesquisador definiu um recorte de 27 artistas autodeclarados não-brancos, indígenas, afroindígenas e orientais. Maíra Ortins, Francisco Bandeira, Linga Acácio, Felipe Barbosa, Siegbert Franklin, Jarvis Quintero, Manfredo Souzanetto, Caetano Dias, Efrain Almeida, Herbert Rolim, Simone Barreto, Diego de Santos, Tomie Ohtake, Bosco Lisboa, Thiago Martins de Melo, José Carlos Viana, Marcelo Gandhi, Francisco de Almeida e Rafael Limaverde, do Acervo MAC Dragão, Antônio Bandeira, Aldemir Martins, Chico da Silva e Raimundo Cela, com obras do acervo da Secult Ceará, e as convidadas Maria Macêdo, Maria Cecília Felix Calaça e Terroristas del Amor somam mais de 50 obras, entre séries e individuais, entre pinturas, instalações, esculturas, desenhos, gravuras, aquarelas e outros.

“A exposição Quilombo Cearense convida o público a debater acerca da representação e da representatividade da população negra, indígena e não-branca nas historiografias da arte cearense e nacional, com o objetivo de substituir a constante invisibilidade a que pessoas negras, indígenas e não-brancas são relegadas na estrutura social brasileira”, afirma Marcondes.

 

A exposição permanecerá em cartaz até março de 2022, podendo ser visitada de quarta a domingo, das 9h30 às 12h30 (acesso até as 12h) e das 14h30 às 17h30 (acesso até as 17h), exceto nos dias 24, 25, 26 e 31 de dezembro de 2021 e nos dias 01 e 02 de janeiro de 2022, em virtude do recesso entre o Natal e o Ano Novo. A visitação à mostra é gratuita, mediante apresentação do passaporte sanitário que comprova o ciclo vacinal completo do portador há pelo menos 15 dias, acompanhado do documento de identificação com foto. O uso de máscara também é obrigatório, conforme protocolos alinhados às orientações do Governo do Ceará por meio do decreto estadual vigente.