Direcionamentos ideológicos e disputa de poder nas relações entre mídia e STJ

17 de maio de 2019 - 12:14

 

Direcionamentos ideológicos e disputa de poder nas relações entre mídia e Supremo Tribunal Federal: o judiciário como agente político

 

Resumo: 

Esse projeto intitulado “Direcionamentos ideológicos e disputa de poder nas relações entre mídia e Supremo Tribunal Federal: o judiciário como agente político” se propõe a investigar, no atual contexto, como o discurso midiático direciona os julgamentos da mais alta corte de justiça do país, bem como observar como essas decisões desse tribunal são representadas por três periódicos: Folha de São Paulo, o Estado de São Paulo e O Globo. Acreditamos que esses periódicos são replicados nas redes sociais e fomentam a opinião pública nacional. É certo que esse é um fenômeno novo que põe o judiciário em um papel de destaque no campo político. A relação entre mídia e judiciário se intensificou, nos últimos anos, e as idas de Ministros às câmeras a fim de influir em julgamentos e pautar a vida política nacional é um fenômeno que não pode permanecer alheio aos estudos jurídicos e políticos. Dessa relação, entre mídia e judiciário, podemos perceber relações de poder entre os agentes jurídicos, assim como os direcionamentos ideológicos das representações desses discursos. Para dar conta desse escopo, utilizaremos o referencial teórico e metodológico da Análise de Discurso Crítica para, por meio de uma investigação discursiva, evidenciarmos, a construção dos sentidos da atuação do STF junto a mídia e vice-versa, identificando as estratégias ideológicas, as relações de poder que lhe transpassam e o interdiscurso jurídico midiático. Deste modo, temos como objetivos:compreender as representações midiáticas ao instrumentalizar um sentido hegemônico, comparando os argumentos jurídicos nos autos com o modo como eles são selecionados pelos periódicos; observar quais instrumentos midiáticos são utilizados pela Suprema Corte a fim de reforçar determinado entendimento, bem como a atenção dada pela mídia dos argumentos vencidos; identificar como os ministros e a Corte são representados pela mídia, identificando de que maneira são construídas as estigmatizações sobre os ministros; descrever, interpretar e explicar a prática social dos ministros na perspectiva etnográfico-discursiva, relacionando os resultados com as resistências e reproduções discursivas nos textos jurídicos, apontando as posições ideológicas da Corte (valores e crenças) e as práticas de poder dos agentes. Para alcançar esses escopos utilizamos metodologia de cunho qualitativo pautada na tríade básica: observação, pesquisa em arquivos e entrevistas.Por fim, buscamos com essa investigação contribuir para a compreensão de que as tramas ideológicas e os direcionamentos dos discursos midiáticos possam ser visto de forma crítica e que possamos dar o trato devido a mudança social com o ingresso de um novo agente político no Brasil: o judiciário.

 

Coordenação: David Oliveira

Financiamento: CNPQ/UNIVERSAL 2018

Prazo de realização: 2019 – 2021