Uece forma mais 446 novos profissionais em “uma das maiores celebrações da Universidade”

20 de julho de 2023 - 17:19

 

Luzes, muitas câmeras e ação. A Colação de Grau é, de acordo com o reitor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), professor Hidelbrando Soares, “uma das maiores celebrações da universidade”. Assim sendo, a Uece está em festa com a realização de duas cerimônias de Colação de Grau, nos dias 18 e 19 de julho, em que foram formados 446 novos profissionais. Os eventos aconteceram no Palatium Buffet.

Os concludentes eram dos cursos de Filosofia, Letras/Inglês, Letras/Português, Ciências Sociais, Música, Letras Português/Francês, Letras/Espanhol, História e Psicologia, do Centro de Humanidades (CH); Geografia, Física, Ciências da Computação, Matemática e Química, do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT); Educação Física, Ciências Biológicas, Nutrição, Enfermagem e Medicina, do Centro de Ciências da Saúde (CCS); Medicina Veterinária, da Faculdade de Veterinária (Favet); Administração de Empresas, Ciências Contábeis e Serviço Social, do Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa); e Pedagogia, do Centro de Educação (CED), dos cursos presenciais; além de formandos pelos cursos na modalidade Educação a Distância da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Educação Física, Ciências Biológicas, História e Pedagogia.

“Hoje é, na verdade, momento de orgulho pela conquista de cada um de vocês. Dia de conquista, dia de vitória. Precisamos comemorar momentos como este. Comemorar como indivíduo e, nós, como instituição. Eu digo sempre: a gente precisa comemorar as conquistas, sejam elas pequenas, médias ou grandes. Precisamos colocar alegria naquilo que consideramos uma vitória nossa. Vitoriosos e vitoriosas, é assim que vocês devem se sentir, pois é isso que vocês são”, exclamou o reitor ao parabenizar os então concludentes.

Professor Hidelbrando destacou a qualidade da Uece, consolidada como uma das melhores estaduais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e lembrou que a formação de cada um é mérito de toda a sociedade. “A sociedade garantiu que a Universidade pudesse funcionar para garantir a sua formação. Devolvam isso com gentileza, com muito afeto, com muito carinho por aquilo que você faz, mas sempre também olhando para o outro que está ali. A partir da sua profissão, seja o melhor cidadão e cidadã possível, com esse voto de gratidão ao povo cearense, que garantiu para que você pudesse ter acesso à universidade pública, gratuita e de qualidade”.

E lembrou de todos que contribuíram durante o processo de formação na graduação, em especial a família. “Não apenas professores, servidores, o tio que vende a tapioca e muitos outros, mas especialmente aquele que estava lá na sua casa, sua mãe, seu pai, seus familiares, ajudando você a chegar aonde hoje você chegou. Essa rede familiar, essa rede de amizade, foi tão importante quanto os professores”, enfatizou o reitor pedindo uma salva de palmas para as famílias dos concludentes, sendo atendido de forma fervorosa.

A Secretaria da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior do Ceará, professora Sandra Monteiro, levou a mensagem de felicitações do governador Elmano de Freitas aos formandos, em que disse que os novos concludentes da Uece têm a oportunidade de encampar o futuro e colaborar com a cidadania e o desenvolvimento do Ceará.

Ela lembrou o presidente Luís Inácio Lula da Silva, ao afirmar que nada disso seria possível sem a democracia. Segundo a secretária, “sem democracia não há ciência, não há cidadania, não há educação”, sob o forte aplauso do público.

Segundo ela, qualquer que seja a área de atuação dos novos profissionais, esses devem desenvolver ações integrais e integradas, atuando de forma plural, respeitando a inclusão social para que todos – sem discriminações –, que possam também participar do desenvolvimento social. Desejou sucesso e crescimento pessoal e profissional aos que concluíram seus respectivos cursos.

A representante docente, Fádia Amorim, aconselhou aos concludentes: “não pautem suas vidas nem suas carreiras, pelo dinheiro. Amem seu ofício com todo o coração. Persigam fazer o melhor. Fascinem-se pelo realizar, que o dinheiro virá como consequência. Acreditem no bem, mesmo que não possam vê-lo. O bem é feito da boa-fé, essa conquista do espírito, que consiste em não querer passar os outros para trás. Amem, o que vale da vida é o nosso afeto. Acreditem no amor dos pais pelos filhos, dos filhos pelos pais. Acreditem no amor-próprio, que dá paz e segurança nos caminhos da vida. Na avaliação final da vida, a gente é julgado pelo que faz por amor ou compaixão… Pratiquem a tolerância e acreditem na capacidade de compreender e respeitar o outro…”.

A também representante docente, Juliana Santana, destacou: “reverencio aquelas e aqueles que vieram antes de nós e abriram espaços para que hoje possamos vivenciar essa experiência: avós, avôs, mães, pais, tias, tios… Sei que muitas e muitos de vocês são os primeiros a se graduarem em suas casas, em suas famílias e isso é motivo de imenso orgulho e desejo urgente de reparação. Também é motivo de orgulho ver mais um membro da família e/ou do grupo se graduando, pois sabemos os desafios que se impõem a essa conquista. Na prática da profissão, desejo que vocês lembrem muito dessa trajetória, desses sentimentos bons e ruins, de quem não largou a sua mão, de quem te incentivou, de quem segurou a barra para que você pudesse conquistar seu título acadêmico, de quem torceu, de quem vibrou, de quem te alimentou enquanto você estudava, de quem acreditou em você, de quem te ensinou algo… Tudo isso vai fazer com que você trabalhe com amor”.

O representante discente, Christian Almeida, relembrou momentos, bons e difíceis e ressaltou que, “olhando para trás eu percebo que cada noite em claro, cada momento de abdicação, cada esforço valeu a pena, pois estamos aqui, prontos para dar início a nossa caminhada, para começarmos a viver por nós mesmos, para corrermos atrás dos nossos próximos sonhos. Sei, ainda, que, a partir de hoje, já não seremos mais os alunos, não teremos mais os professores ao nosso lado, e, por mais que isso possa ser assustador, é extremamente empolgante sabermos que seremos, finalmente, aquilo que sonhamos um dia. E mesmo com medo sei que seguiremos. Pois essa é a beleza de crescer. Chegou a hora de darmos nossos primeiros passos sozinhos, chegou a hora de sermos os verdadeiros protagonistas das nossas histórias”.

No mesmo sentido, a também representante discente Bruna da Silva falou que a palavra do momento era “superação”. “Superamos as dificuldades para entrarmos na universidade. Superamos os dias de lágrimas no processo de adaptação dos primeiros semestres. Superamos as angústias, a ansiedade, a depressão. Superamos os ataques a educação, os cortes no orçamento, o desgoverno, o isolamento social e a pandemia do covid-19. Superamos o desespero a cada fim de semestre. Superamos a produção e defesa do tão temido TCC. Superamos as noites sem dormir para agora estarmos aqui chorando de alegria. Sim, agora as lágrimas são de alegrias e vitória. Somos vitoriosos por cada etapa vencida, cada apresentação e cada debate que fomentaram nossa vida acadêmica”.

Enquanto Bruna falava em “lágrimas de alegria”, elas escorriam em muitas faces, surgindo dos olhos atentos e curiosos do que vem depois. Ana Beatriz Costa, que ali concluía o desejado curso de Administração de Empresas, não segurou a emoção. Chorou, riu, abanou e comemorou. “Esse momento é muito importante para mim porque é uma grande conquista e a minha família está aqui, presenciando comigo. Me sinto muito grata por ter tido todo o apoio deles durante esse período. Estou feliz e emocionada, principalmente, por ter derrubado as minhas próprias barreiras, no sentido de que eu não acreditava em mim. Com a minha formação, comecei a acreditar em mim. Agora que acabou, vi que eu consegui, eu consegui! Sou a pessoa que sou hoje por conta da universidade, por conta do trabalho, por conta da minha família, especialmente do meu avô, que não se encontra mais aqui. Mas eu sei que, lá de cima, ele está muito feliz”, finalizou emocionada.

Emoção houve também durante apresentação do Quartzo Verde, do Núcleo de Cordas Dedilhadas da Uece, sob a coordenação do professor Marcos Maia. O grupo tocou as canções Aquarela do Brasil (Ary Barroso), O Mundo é um Moinho (Cartola) e Conversa de Botequim (Noel Rosa).

Estiveram presentes chefe de gabinete da Reitoria, pró-reitores, diretores de Centros e Faculdades, coordenadores e docentes de cursos, familiares e convidados.
As cerimônias foram acessíveis, com tradução em Libras e audiodescritor, do Núcleo de Apoio à Acessibilidade e Inclusão da NAAI/Uece.

Fotos: Chico Gomes e Ramó Alcântara