Uece e UFC lançam livro sobre violações de direitos humanos em universidades na ditadura
12 de dezembro de 2024 - 08:55
Preservação da memória, das histórias e do legado de pessoas que, durante o regime civil-militar brasileiro, lutaram pela manutenção dos espaços de produção de conhecimento acadêmicos. Esses são alguns dos aspectos abordados na obra Tempos de nunca-mais: as graves violações dos direitos humanos nas universidades públicas do Ceará – 1964-1985, editado pela Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará (UFC), com participação de professores da Uece.
A obra é fruto de um trabalho conjunto entre UFC e Uece, coordenado pelo professor César Barreira, da UFC, em colaboração com os professores da Uece Geovani Jacó de Freitas, José Eudes Baima Bezerra e Maria Glaucíria Mota Brasil, além das professoras da UFC Helena Serra Azul Monteiro e Virgínia Bentes Pinto.
O livro foi lançado na última terça-feira (10), no recém-inaugurado Espaço Cultural Bergson Gurjão, na UFC, com a presença do reitor da Universidade Estadual do Ceará, professor Hidelbrando Soares. “Essa obra é um louvor à democracia. É uma memória para que nós não esqueçamos a importância e a necessidade da consolidação da democracia no Brasil, que, de fato, ainda não se efetivou. Só podemos ter uma sociedade democrática quando os direitos são garantidos a todos os cidadãos. Na nossa Constituição Federal, estão previstos um conjunto de direitos que ainda não são realidade para um número muito grande de pessoas. Portanto, nossa democracia ainda tem muito o que avançar”, destacou o gestor.
Com base no relatório da Comissão da Verdade UFC e Uece, elaborado em 2014 e enviado no mesmo ano para a Comissão Nacional da Verdade, a obra reúne 28 depoimentos de vítimas da ditadura que sofreram graves violações dos direitos humanos durante o regime militar, além de informações retiradas de documentos oficiais dos órgãos de segurança nacional.
“Há ainda um caminho importante a seguirmos no combate ao conservadorismo, aos retrocessos democráticos, ao autoritarismo e à forte presença do racismo, da misoginia e do machismo, da LGBTfobia e de quaisquer outras formas de opressão social. No Brasil, os direitos ainda são negados a grande parte da população, especialmente porque tanto eles não se efetivam, como também são suprimidos, em particular, os direitos humanos. E, sem dúvidas, as universidades públicas são importantes instituições nessa luta!”, salientou o reitor da Uece, professor Hidelbrando Soares.
A obra está disponível em versão física e digital.
*Com fotos da Assessoria de Comunicação da UFC