Uece contribui para estudo que associa alimentos pró-inflamatórios a doenças periodontais

2 de setembro de 2024 - 14:42

 

A Universidade Estadual do Ceará (Uece), por meio do Grupo de Pesquisa Nutrindo, coordenado pela professora Helena Sampaio, contribuiu com o estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), publicado no Journal of Periodontology, que aponta que alimentos pró-inflamatórios, como os ultraprocessados, aumentam o risco de inflamação gingival que, se não tratada devidamente, pode evoluir para uma periodontite e até perda dos dentes. Homens com alto consumo desses produtos demonstram ter maior risco em desenvolver a doença.

Periodontite é uma doença inflamatória grave, um avanço da gengivite, caracterizada por sintomas como sangramento, mau hálito e dentes moles.

A ideia da investigação que liga alimentos pró-inflamatórios a doenças periodontais surgiu, segundo o orientador da pesquisa, Renato Corrêa Viana Casarin (Unicamp), sendo considerado que um dos fatores que pode modular a resposta imunológica do organismo é a dieta, podendo, portanto, a alimentação ser protetora ou prejudicial à saúde bucal.

A Uece contribuiu com a pesquisa desde sua primeira etapa, em parceria com a Universidade de Istambul, na Turquia. “Trabalhamos com a orientação para a investigação do cálculo de Índice Inflamatório Dietético… Contribuímos nas análises da identificação dos fatores, além da redação do artigo”, sintetiza a professora da Uece, Helena Sampaio.

Com a participação da Uece, voluntários preencheram um diário alimentar, no qual registraram detalhadamente todos os alimentos e bebidas consumidos ao longo do dia, incluindo a quantidade e o tipo de temperos utilizados. Com base nesses registros, os pesquisadores calcularam o Índice Inflamatório da Dieta (IID) de cada participante, abrangendo 44 alimentos e nutrientes categorizados.

Os dados encontrados foram cruzados com a saúde gengival, quando foi identificado que aqueles voluntários que tinham uma dieta rica em alimentos pró-inflamatórios, especialmente os homens, tiveram mais casos de sangramento da gengiva, com risco aumentado em 27 vezes de ter gengivite, enquanto em toda a população do estudo, a dieta aumentava em 3,94 vezes esse risco.