Professor Philippe Martin da Université de Lyon ministra conferência na Uece
2 de julho de 2024 - 14:42
O Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS), em parceria com o Programa de Pós-Graduação em História, Culturas e Espacialidades (PPGHCE) da Universidade Estadual do Ceará (Uece) promoveu a conferência do professor Philippe Martin, da Université Lumière Lyon – II, nesta segunda-feira, dia 1º de julho, às 14h, no Auditório Paulo Petrola no campus Itaperi, sobre o tema de seu livro, o qual está em fase de tradução pela Editora da Uece: Les religions face aux épidémies de la peste à la COVID – 19 (em tradução livre: Religiões que enfrentam epidemias desde a peste até a COVID-19). O professor Nicolas Diochon, também Université de Lyon, fez a tradução simultânea da conferência.
O evento é resultado das articulações acadêmicas do Escritório de Cooperação Internacional (ECInt), coordenado pela professora Kadma Marques Rodrigues, com instituições estrangeiras de ensino e pesquisa, bem como com pesquisadores interessados em realizar missões de trabalho no Brasil.
O tema da Conferência indica anos de pesquisa que levaram à publicação do livro Les religions face aux épidémies de la peste à la COVID-19. Em sua fala, Philippe Martin enfatizou que “empreendeu importantes reflexões acerca da relação entre o papel desempenhado por autoridades em instituições religiosas e aquele de gestores políticos no transpasse do período modero para o contemporâneo. Neste sentido, mobilizações sanitárias, medidas preventivas, ritualizações coletivas, embates científicos, escolha de bodes expiatórios, efeitos de conspirações e contestações populares trouxeram dilemas narrativos no enfrentamento das epidemias”.
O professor Philippe Martin finaliza, “este estudo inédito mostra que não inventamos nada. Os hierarcas religiosos abriram o caminho para governantes políticos. Mobilizações sanitárias, medidas preventivas, ritualizações coletivas, discordâncias científicas, buscas de bodes expiatórios, reflexos conspiratórios, protestos populares: o clérigo da Igreja do passado e o clérigo do Estado de hoje têm de enfrentar a mesma crise de explicação, de certeza, de resiliência. E eles fazem isso com os mesmos meios. Porque ambos devem restaurar a crença, aqui sagrada, ali secular”.