Pesquisa de docente da Uece pode ajudar a identificar uso irregular de água por meio de IA

19 de janeiro de 2024 - 14:39

 

Uma pesquisa pioneira que avança visando beneficiar todo o Ceará ainda em 2024 está sendo realizada a partir do pós-doutorado do professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), João Silvio Dantas de Morais. O objetivo é desenvolver um sistema de alerta, com uso de Inteligência Artificial (IA) e imagens de satélite, para identificar e monitorar o uso irregular de água nos reservatórios do Estado.

Foto: Cogerh

A pesquisa conta com a parceria da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), em que o docente da Uece atua como analista de recursos hídricos; do Departamento de Engenharia Hidráulica da Universidade Federal do Ceará (UFC); do Programa Cientista Chefe do Governo do Estado do Ceará; e da Universidade do Porto (Uporto).

O sistema poderá identificar o uso da água por pessoas sem cadastro, como, por exemplo, para  criação de camarões, irrigação e uso industrial. A pesquisa está sendo inicialmente aplicada nas regiões do Médio e do Baixo Jaguaribe, abrangendo reservatórios, poços, rios, riachos e outros.

Fiscais durante apreensão de bomba captando água irregularmente em Jaguaribe; foto: Cogerh

A pesquisa está em fase de levantamento de amostras de uso regulares e irregulares com a utilização de GPS e drones para que as informações sejam inseridas no sistema/algoritmos. Já foram levantadas as amostras áreas irrigadas e, no momento, os pesquisadores e técnicos tentam estimar a quantidade de água consumida nessas áreas, cruzando o banco de dados de Idace com o da Cogerh para identificar os usuários cadastrados e os não cadastrados.

Área de irrigação no Vale do Acaraú; foto: Cogerh

Para o monitoramento das águas, serão usadas imagens de satélite com diversas visitas diárias sobre o mesmo local, o cruzamento de banco de dados espaciais da Cogerh, de outorgas e licenças, informações do Cadastro Rural do Incra (CAR), Cadastro do Idace, geolocalização de poços da Sohidra e CPRM, bases de informações do IBGE e possivelmente os dados de localização de usuários de consumidores de energia.

Pioneiro, o projeto foi premiado em 2º lugar como uma das melhores inovações em tecnologia de monitoramento de recursos hídricos, pela Agência Nacional de Águas (ANA), concorrendo com mais de 800 trabalhos no Brasil.