O novo turismo depois da Covid -19: chegou o momento da regeneração?

29 de maio de 2020 - 14:26

 

Grupo de pesquisa da Universidade Estadual do Ceará (Uece) lidera estudo sobre o comportamento de turistas residentes no Brasil e analisa as mudanças que trazem o novo cenário turístico.

Fortaleza – Ceará – Brasil, 29 de maio de 2020 – Como irão se comportar as pessoas residentes no Brasil na hora de escolher destino no novo cenário que se abrirá depois da pandemia causada pela Covid-19? Essa é a pergunta a que responde um estudo desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa GTES (Turismo, Economia e Sustentabilidade) da Universidade Estadual do Ceará (UECE), que busca ser uma guia de utilidade para empresas e destinos turísticos na tomada de decisões diante da atual situação de crise sanitária global.

As conclusões do informe se extraem de mais de 770 questionários realizados em todo Brasil a partir da pergunta inicial “Tem ou tinha alguma viagem planejada para os próximos meses?”. Entre as suas principais reflexões, o estudo destaca que as pessoas pesquisadas não têm intenção, em linhas gerais, de renunciar ao turismo como parte da sua agenda de ócio. Porém, mostram que aumentará a procura por destinos nacionais e a tendência será viajar para o Nordeste. O que contribuirá para a recuperação econômica do setor. Entre os destinos más citados, destacam também Ceará, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Enquanto aos principais atrativos, as pessoas residentes no Brasil apostam pelo sol e praia, a cultura e a natureza como principais motivos para escolher o destino.

Planejamento, saúde e segurança

Quanto aos fatores essenciais no planejamento da viagem, destaca-se a contratação do seguro de viagem, seguido pela qualidade do alojamento. Assim mesmo, o estudo também mostra as novas preocupações de turistas residentes no Brasil sobre a segurança (sanitária) no destino, a atenção ao sistema sanitário e às doenças endêmicas da região à que vai viajar. Entretanto, apesar da vinculação da origem do corona vírus SARS-CoV-2 aos mercados de alimentação da província de Hubei, as pessoas manifestam que não mudarão os seus hábitos na hora de provar a gastronomia local do destino. Além disso, as respostas manifestam que manterão o interesse em se relacionar com a população local do lugar ao que viagem.

Os planos seguem iguais?

Na hora de analisar as possíveis mudanças de planos e destinos, assim como as motivações das experiências turísticas, o informe aponta que a maior parte das pessoas que tinham planejado uma viagem nacional manterá a sua intenção, enquanto cerca de 40% das pessoas com viagens internacionais previstas sopesa cambiar de destino.

Neste sentido, os resultados corroboram a ideia de que o turismo mais próximo sairá reforçado. Ademais de Portugal, Itália, França e Espanha também são contemplados como destinos tendência nas viagens pós Covid-19. A possibilidade de mudar de planos é maior em países como Estados Unidos e Reino Unido, talvez pela maneira de administrar a crise.

Com tudo, o informe conclui que “Haverá turismo!” Destacando finalmente que “É o momento de repensar o turismo para que seja responsável e regenerador.”

O estudo contou com a colaboração de pesquisadores e pesquisadoras da Universidade de Santiago de Compostela, Universidade da Coruña, Cleveland State University (Estados Unidos) e Universidad Península de Santa Elena (Equador) e foi publicado pela Editora da UECE. Pode-se descarregar o informe no link abaixo: