Maria da Penha é homenageada na Uece

9 de dezembro de 2024 - 10:53

 

A ativista cearense Maria da Penha, símbolo do combate à violência contra a mulher, foi homenageada na Universidade Estadual do Ceará (Uece) na última sexta-feira (6), durante o I Simpósio Cearense de Combate à Violência Contra a Mulher. Maria da Penha participou do evento para a realização de palestra sobre sua história de vida e foi surpreendida com a homenagem.

A coordenadora do evento, professora Layza Castelo Branco Mendes, e a pró-reitora de Extensão, professora Lana Nascimento, entregaram à convidada o certificado de Menção Honrosa, conferido pela Uece, em reconhecimento ao seu incansável trabalho e dedicação no combate à violência contra a mulher, considerando que sua luta e atuação têm sido decisivas para as políticas que visam garantir os direitos humanos das mulheres, no âmbito da proteção contra a negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Maria da Penha também recebeu flores das mãos de duas adolescentes sobreviventes de um lar com violência. As jovens, que ficaram sem a mãe biológica, hoje são filhas da professora Layza.

A homenageada foi, ainda, presenteada com o livro “Vasp 168: verdades e lutos”, que trata dos resultados de pesquisa de pós-doutorado de Layza Castelo Branco, sobre o voo da Vasp que ficou internacionalmente conhecido pelo acidente aéreo ocorrido em 8 de junho de 1982. Entre as descobertas, uma história de feminicídio.

Maria da Penha agradeceu a homenagem e o reconhecimento e falou do quanto foi especial sua participação na Uece devido ao público para o qual falou. “Muito feliz porque dar uma palestra no setor da educação, há uma escuta diferente. Fiquei muito feliz de ver jovens que, na idade em que eu sofri violência doméstica e não entendia, já entendem sobre essa violência. Eu acreditava no príncipe encantado, mas o que a gente não sabia era que o príncipe encantado muitas vezes era o lobo mau que não estava só na estrada, estava no nosso dia a dia, ao nosso lado. E, hoje, essas jovens que estão aqui já tem essa consciência. E é gratificante saber que a minha história contribuiu para que elas tenham esse conhecimento”.