Grupo de pesquisa da Uece integra equipe de geógrafos que visita Assentamento Maceió
27 de janeiro de 2021 - 16:07 #geografia #Itapipoca #NATERRA #Uece
Entre os dias 9 e 10 de janeiro de 2021, uma comitiva composta por geógrafos realizou visita de campo ao Assentamento Maceió (Itapipoca/CE), com o objetivo de analisar tecnicamente as condições ambientais nos cursos dos canais fluviais da lagoa de Humaitá (“Lagoão dos Tucuns”) frente ao período de quadra chuvosa do estado do Ceará no assentamento Maceió, onde se localiza a comunidade.
O grupo foi formado pela coordenadora do NATERRA – Grupo de Pesquisa e Articulação Campo, Terra e Território (Uece/CNPq) e do curso de Geografia da Uece, Camila Dutra, e mais quatro geógrafos, Otávio Barra, Jean Filippe, Felipe Rodrigues e Edivânia Marques, membros da Associação dos Geógrafos Brasileiros, seção Fortaleza (AGB-Fortaleza).
A visita consistiu, em primeiro plano, em fazer uma escuta ativa de representantes da Associação Comunitária do Imóvel Maceió, onde foi possível visitar seis pontos da lagoa em questão. Em todos eles, foi possível observar, com auxílio dos membros da comunidade, que há 10 anos a lagoa tem mudado seu curso e há dois anos consecutivos (2019 e 2020) a comunidade vem sofrendo com um forte processo erosivo ao longo do curso do sangradouro, durante os meses de chuvas na região. O fenômeno, que é natural, tem impactado na dinâmica de práticas agrícolas do Assentamento, implicando perca considerável de colheitas. A cultura do coco (Cocos Nucifera) foi a mais atingida. Segundo relatado pelos representantes comunitários, aproximadamente mil pés de coqueiros morreram, no período, decorrente da erosão.
A visita foi uma ação conjunta do Instituto Terramar, Associação Comunitária do Imóvel Maceió, AGB Fortaleza e grupo de pesquisa NATERRA /UECE (CNPq) – buscando uma aproximação com o Poder Público – visando ações preventivas que evitem mais perdas de plantações e do próprio recurso hídrico da Lagoa do Humaitá, garantindo, deste modo, a permanência da subsistência das populações locais.
A parceria entre as instituições segue com o acompanhamento do caso, junto aos órgãos públicos ambientais de Itapipoca, na expectativa de poder minimizar os impactos causados à comunidade de assentados, vinculados ao MST no litoral oeste cearense, sobretudo com a aproximação da quadra chuvosa deste ano.