Evento voltado para migrantes na Uece atrai mais de 200 participantes
27 de setembro de 2024 - 16:45
Os projetos e ações do programa de extensão Vidas Cruzadas já impactaram diretamente em torno de mil pessoas migrantes, desde a sua aprovação na Uece, em 2022
Cerca de 20 mil migrantes de diferentes nacionalidades vivem hoje no Ceará, de acordo com informações levantadas em pesquisas do Laboratório de Estudos Agrários, Urbanos e Populacionais (Leaup), do Programa de Pós-graduacao em Geografia (Propgeo/Uece). Pensando nessas pessoas, a Universidade Estadual do Ceará (Uece), por meio da Pró-reitoria de Extensão (Proex) e do Programa Vidas Cruzadas, e em parceria com a Pastoral do Migrante do Ceará, realizou, na última quinta-feira (26), das 9h às 18h, no campus Itaperi, a II Festa dos Povos.
O evento, que faz parte do Programa de Extensão Universitária “Vidas Cruzadas: migração, saberes e práticas”, tem como objetivo contribuir para a manifestação da cultura e do trabalho das pessoas em situação de migração, residentes no Estado do Ceará. Entre as atividades realizadas, houve a Feira do Migrante, apresentações artísticas e roda de conversa, movimentando mais de 200 pessoas durante toda sua programação.
De acordo com a pró-reitora de Extensão, professora Lana Nascimento, “a Festa dos Povos, assim como as demais agendas do Programa de Extensão Vidas Cruzadas, vem reforçar o papel que se atribui a esta Universidade, de contribuir ativamente para a coesão social, a integração de culturas e saberes, o aprofundamento da democracia e a defesa da diversidade cultural. Ao mesmo tempo em que visamos cooperar para o enfrentamento das iniquidades sociais, a exclusão e combater os preconceitos e intolerâncias, crescemos com esse intercâmbio de culturas e experiências de vida. Elas reafirmam a via de mão dupla que dá sentido à nossa existência. Ao dialogarmos com as comunidades e culturas diversas, reelaboramos e repensamos nossa práxis acadêmica. Autotransformação junto com a busca pela transformação social”.
Em seu segundo ano consecutivo, a Coordenação do evento, composta pela professora do Programa de Pós-graduação em Geografia da Uece, Denise Bomtempo; os representantes da Pastoral do Migrante, irmã Idalina Pelegrini e Macaio Opercor; e os membros do Programa Vidas Cruzadas e Laboratório de Estudos Agrários, Urbanos e Populacionais (LEAUP), artistas e migrantes, avaliam a experiência de 2024 como “altamente satisfatória para visibilidade da potencialidade das pessoas migrantes que formam a sociedade cearense hoje”.
Pedro Ruy, que veio de Guiné-Bissau (África), está em Fortaleza há três anos e participa do programa há dois anos. “Esse projeto é muito importante para nos ajudar a ultrapassar as barreiras que os migrantes costumam enfrentar em outro país”. Já o indiano Majidh fala sobre a importância da Festa dos Povos. “O evento é uma oportunidade de troca, onde posso compartilhar a cultura da Índia e falar sobre nós”.
O evento contou com a participação de pessoas da comunidade acadêmica (servidores, estudantes, docentes e pesquisadores), da comunidade em geral, artistas, migrantes, agentes institucionais do governo do Estado do Ceará (Secretaria de Direitos Humanos e Programa Migrante); Prefeitura Municipal de Fortaleza (Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social); representante da Organização Mundial das Migrações (OIM); representantes da Pastoral dos Migrantes de Fortaleza, como também da região Nordeste e Nacional, bem como integrantes da equipe da Cáritas/Ceará/Fortaleza e parceiros dos Projetos do Programa de Extensão Vidas Cruzadas das Universidades Públicas do Ceará – UFC e Unilab.
De acordo com a coordenadora do Vidas Cruzadas, os projetos e ações do programa, desde a sua aprovação em 2022, já impactaram diretamente em torno de mil pessoas migrantes. Professora Denise Bomtempo adianta, ainda, que, “para o ano de 2025, a proposta é ampliar as atividades de pesquisa-ação por intermédio da consolidação dos projetos existentes e de novos projetos que estão em construção junto à comunidade ueceana, parceiros acadêmicos e de outras instituições”, finaliza a docente.