Capacita Brasil: entregas da imersão unem inovação e formação de talentos no Ceará

17 de julho de 2025 - 13:43

 

Os estudantes do programa Residência em TIC 20 Capacita Brasil/C-Jovem, executado pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) e pelo Instituto Atlântico, concluíram mais uma etapa de sua formação na área de Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC). Isso porque, no último dia 1º de julho, os estudantes de Ciência de Dados e Desenvolvimento Full Stack concluíram as apresentações finais da terceira fase do programa, a imersão em empresas parceiras, quando os estudantes entraram em contato com desafios reais do mercado de trabalho. Em momento anterior, 48 empresas se inscreveram no cadastro de interesse de empresas parceiras, regulamentado pela chamada pública nº 125/2024, em cujo escopo foram recebidos 82 projetos.

O professor Bonfim Amaro, de Ciência de Dados, avalia a imersão como um diferencial importante do projeto. Para ele, “um dos grandes diferenciais do programa é o processo de imersão com as empresas, onde os(as) alunos(as) tiveram a oportunidade de aplicar o que aprenderam em situações práticas, colaboraram em projetos reais e vivenciaram a rotina profissional em tecnologia. Foi um momento em que teoria e prática se encontram, e cada participante pôde desenvolver não só habilidades técnicas, mas também competências como trabalho em equipe, resolução de problemas e a comunicação.”

A líder de aprendizagem do programa C-Jovem na Uece, professora Eudênia Barros, complementa: “a fase de Imersão foi essencial para que os estudantes colocassem em prática os conhecimentos adquiridos ao longo da qualificação técnica. Trabalhando em equipe, desenvolveram soluções personalizadas para as empresas parceiras, ao mesmo tempo em que ampliaram suas habilidades de liderança e adaptação diante dos desafios propostos. Essa fase contou com suporte educacional de professores, mentores e facilitadores durante toda a jornada, contribuindo para o aperfeiçoamento e consolidação da aprendizagem. A expectativa é que essa formação, especialmente a fase de Imersão, tenha proporcionado uma experiência prática e única, apresentando aos estudantes o que o mercado de trabalho espera de um profissional de TI.”

O professor Lucas Alves complementa: “um dos grandes diferenciais da imersão é justamente essa ponte entre teoria e prática. Os alunos conseguem aplicar conceitos aprendidos em sala em cenários reais, enfrentando desafios concretos. Isso faz com que desenvolvam não apenas competências técnicas, mas também habilidades fundamentais como comunicação, storytelling, adaptabilidade diante de situações adversas e, na minha visão, o mais importante: empoderamento. Eles saem da experiência com confiança, com a sensação real de que estão prontos para o mercado de trabalho.”

Os estudantes, organizados em equipes de trabalho, foram supervisionados por professores e por mentores para desenvolver soluções para os desafios propostos pelas empresas parceiras, como Embrapa Agroindústria Tropical, Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza, Makro Engenharia, Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), entre outros.

Ao longo de três meses, as equipes trabalharam no desenvolvimento das soluções, participaram de reuniões com os professores e os mentores e com os supervisores designados pelas empresas parceiras. O resultado foi a entrega de 52 soluções personalizadas para os desafios propostos, sendo 29 na área de Full Stack e 23 em Ciência de Dados, que contemplaram projetos de classificação e regressão, análise exploratória de dados, entre outros.
O professor Lucas Alves destaca um projeto que marcou a sua atuação na imersão, para a Embrapa Agroindústria Tropical, em virtude da efetiva possibilidade de impactar a sociedade de forma muito positiva.

“Desenvolvemos uma análise exploratória de dados sobre o Turismo de Base Comunitária (TBC) no Nordeste, com foco nos estados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe. Esse tipo de iniciativa mostra como a análise de dados pode ser uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento sustentável. Os insights que geramos têm potencial para embasar decisões que, de fato, transformam realidades locais.”, pontua o professor.

Para David Sampaio, estudante do programa, a experiência de desenvolver uma solução para a NaturAYO foi transformadora. Ele explica: “Nosso projeto foi criar um dashboard de Recursos Humanos para a empresa NaturAYO, com base em uma planilha Excel que eles atualizam. Com isso, usamos a biblioteca do Python chamada Streamlit, que permite a criação de dashboards apenas pelo Python e, ao ser executado, abre uma página WEB para visualização. Ao longo do projeto fomos inserindo e ajustando todos os indicadores, os gráficos e as tabelas solicitadas e para facilitar a visualização de alguns conjuntos de dados, criamos filtros para que pudessem ver as informações segmentadas da forma que eles quisessem. Acredito que o que criamos terá bastante utilidade para a NaturAYO, assim como todo o conhecimento que obtivemos ao fazer terá para gente.”

O estudante Sérgio Sousa pontua que “a experiência [do curso] foi além da sala de aula. A imersão no ambiente corporativo me proporcionou um contato direto com a realidade do mercado, permitindo que eu visse como as empresas lidam com dados no dia a dia e como dashboard interativos podem ser poderosos aliados na tomada de decisões estratégicas. Ao final do curso, fiquei com uma visão mais ampla e prática da ciência de dados e um portfólio com um projeto real, que com certeza será um grande diferencial na minha carreira.”. Ele, que já está atuando na área de TIC, demonstra gratidão e aconselha: recomendo a todos que desejam se aprofundar em ciência de dados e em TIC (tecnologias de Informação e Comunicação) a aproveitarem esse curso, pois a aprendizagem prática e a imersão no mercado são fundamentais para se destacar nesse campo tão dinâmico e promissor.

Sobre o programa

O Programa Residência em TIC 20 Capacita Brasil/C-Jovem é fruto de parceria entre os governos federal e estadual, visando capacitar os participantes para o mercado de trabalho em novas tecnologias. A iniciativa conta com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), da ordem de R$ 34 milhões. O programa está sob a coordenação nacional da Softex e, no estado, é articulado pela Secitece, com a participação de diversos parceiros, incluindo a Uece e o Instituto Atlântico. No Ceará, as atividades do programa tiveram início em 2022, com a capacitação de mais de 11 mil jovens de 174 Escolas Estaduais de Educação Profissional e de Tempo Integral, em 73 municípios.

Participam desta etapa do programa, com a Secitece, as Secretarias de Estado da Educação (Seduc), do Desenvolvimento Econômico (SDE), do Planejamento e Gestão (Seplag), e do Trabalho (STE); a Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice); Uece, IFCE e UFC; Iracema Digital; Sebrae; FIEC/Senai; Fecomércio/Senac e Instituto Atlântico.