Bode Ioiô é exposto em campus da Uece e atrai público de mais de 700 pessoas

14 de março de 2024 - 16:18

Que o Bode Ioiô é uma figura carismática e bastante querida pela população cearense muitas pessoas já sabem. Agora imagina poder vê-lo restaurado em primeira mão. Foi essa a oportunidade que tiveram os moradores e os turistas que visitaram a Serra de Baturité nos dias 1º, 2 e 3 de março, em Pacoti. O Bode Ioiô, importante figura da cultura cearense, que pertence ao acervo do Museu do Ceará, foi exposto por três dias no Museu de História Natural do Ceará Prof. Dias da Rocha (MHNCE), vinculado à Universidade Estadual do Ceará (Uece). A exposição ocorreu após trabalho de restauro completo conduzido pelo taxidermista Emerson Boaventura.

O restauro da peça do Bode Ioiô era uma iniciativa já planejada desde 2022, especialmente por ocasião do evento “Ioiô Itinerante”, que celebrava, além dos 90 anos do Museu do Ceará, um fato marcante na história de Fortaleza: a eleição do Bode Ioiô como vereador, como forma de protesto da população contra o cenário político à época. Naquele ano, foi realizada a higienização da peça, tendo em vista o evento comemorativo. O trabalho foi coordenado pelo Dr. Marco Crozariol, curador da Coleção de Aves do MHNCE, que sugeriu, à direção do Museu do Ceará, a realização posterior de um restauro completo na peça.

Neste ano, com financiamento da Associação Amigos do Museu do Ceará, a partir de recursos provenientes de um edital, foi possível trazer o taxidermista Emerson Boaventura, que atua na área há mais de 35 anos. O trabalho pôde ser realizado no MHNCE, no campus da Uece em Pacoti, devido à disponibilidade de laboratório com estrutura adequada para sua realização, já que a taxidermia (técnica popularmente conhecida como “empalhamento”) de animais faz parte da rotina de pesquisadores e de voluntários do equipamento. O restauro envolveu processos de esterilização e desinfecção, refixação e limpeza da pele, inserção de itens perdidos, como a orelha, rabo, chifres e, por fim, revitalização da coloração. As atividades foram realizadas ao longo de quinze dias. Segundo Boaventura, com esse trabalho, o bode pode durar, ao menos, mais 100 anos, se conservado adequadamente.

Após o restauro, a peça do Bode Ioiô foi exposta, entre os dias 1o e 3 de março, na sala de exposição do MHNCE. Além da atração principal, a exposição contou com exemplares de mamíferos, aves, répteis, anfíbios, insetos, plantas, animais marinhos, fósseis e espécies ameaçadas de extinção que fazem parte do acervo do MHNCE. Durante os três dias de evento, a exposição recebeu mais de 700 pessoas de, pelo menos, 20 cidades, além de escolas da região, membros de projetos sociais e de organizações não governamentais.

O professor de restauração proporcionou também a qualificação no trabalho de voluntários do MHNCE, que receberam um curso de taxidermia artística, no qual os participantes aprenderam técnicas específicas e confeccionaram 14 peças, entre aves, répteis e mamíferos, que serão expostas na comemoração dos cinco anos do MHNCE, em agosto deste ano. Essa foi a primeira vez que Ioiô saiu de Fortaleza em uma exposição histórica.