Professor Társio Pinheiro e seu caminho de ensino e aprendizagem

22 de novembro de 2024 - 08:00

Aposentado há alguns meses, o docente da Fafidam deixou a sala de aula, mas continua aprendendo

A história do professor Társio Pinheiro na Universidade Estadual do Ceará (Uece) começou ainda como estudante, quando, em 1980, deu início ao curso de de Letras, no campus Fátima, onde, à época, era oferecida dupla habilitação (Português e Inglês). Após dois anos, resolveu finalizar a graduação em sua cidade natal, Limoeiro do Norte, sendo, então, transferido para a unidade que o receberia alguns anos depois como Professor, a Fafidam.

Em 1995, após alguns anos de experiência com o magistério em uma escola local, Társio Pinheiro voltou concursado para a instituição que o formou. Na Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (Fafidam), ele se dedicou, principalmente, à docência e à extensão. “Sempre tive como foco a formação acadêmica dos discentes, dando sempre ênfase à sua qualificação para o mercado de trabalho, sobretudo, o magistério. No que diz respeito à extensão, coordenei por um bom tempo o Núcleo de Línguas da Fafidam, proporcionando aos alunos do curso de Letras/Inglês uma iniciação à docência; e à comunidade jaguaribana, o acesso a um curso extensivo de língua inglesa”, relembra o professor.

Ao refletir sobre sua trajetória na Uece, ele conclui que ela não se resume apenas ao ensinar: “foram 28 anos de atividade docente e acadêmica, um período de muito aprendizado e crescimento pessoal e profissional”, ressalta o docente.

Como epígrafe para tudo o que vivenciou e adquiriu ao longo dos anos que trabalhou como professor na Uece, ele cita o poeta espanhol Antonio Machado: “Caminhante, não há caminho: o caminho se faz ao caminhar”; e explica, “o tempo que estive na Uece como professor foi um caminho que eu fui fazendo enquanto caminhava. O grande diferencial está no fato de que eu não estava só nessa caminhada. Meus alunos e alunas, meus colegas de trabalho (professoras e professores), os servidores técnico-administrativos, todos à minha volta participaram de alguma forma dessa caminhada. Hoje, guardo não só a memória do caminho, mas também um legado que sempre me acompanhará”.

Questionado sobre o que a Uece representa em sua vida, Társio não hesita: “Será que estaria exagerando se dissesse que devo à universidade o que sou?” E conclui, “a Uece me fez quem eu sou. Não só no que diz respeito à minha formação acadêmica. Posso dizer que sou o resultado das escolhas que fiz antes de ingressar na Uece como aluno até me aposentar como professor doutor do curso de Letras da Fafidam. Espero ter ajudado a construir um pouco do que a universidade representa para a educação superior no Ceará”.

Aposentado desde o início deste ano, ele mantém vivo o espírito de professor, afirmando que “não há ex-professor”. Apesar de ter deixado o magistério, continua aprendendo e se inspirando na dinâmica da vida. “Basta pôr os pés nas ruas da minha cidade para perceber isso. Assim como um caminho, um professor se faz ensinando… e aprendendo. Apenas desci na última estação. Deixei o magistério, mas não a sina de continuar aprendendo com a dinâmica dessa viagem que durou boa parte do meu caminhar neste mundo”.

Gratidão é o que ele tem pela Uece e pelos que nela cruzaram o seu caminho. “Serei grato à Uece, à Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos e aos professores e professoras com quem tive a felicidade de compartilhar o conhecimento e o meu crescimento enquanto pessoa e enquanto ser social e político”.

A mensagem que Társio deixa, por meio de uma frase de sua autoria, reflete sua jornada e crenças. “‘Distância grande é não haver caminho’. Essa frase tornou-se uma espécie de lema, quase uma insígnia para mim”. E agora ele deixa como uma provocação àqueles que se encontram sem motivação.

Ao professor Társio Pinheiro, que, ao caminhar, deixou pegadas, a Universidade Estadual do Ceará agradece toda sua dedicação à esta instituição e sua missão de ensinar.