Fecisc promove roda de diálogo sobre educação antirracista e patrimônio afropindorâmico

30 de dezembro de 2025 - 15:48

 

O curso de Pedagogia da Faculdade de Educação e Ciências Integradas do Sertão de Canindé (Fecisc), da Universidade Estadual do Ceará (Uece), realizou, no dia 15 de dezembro de 2025, a roda de diálogo “Oralituras, antirracismo e patrimônio imaterial: confluências afropindorâmicas na formação docente e na escola”. A iniciativa teve como objetivo fortalecer a implementação das Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08, bem como promover a valorização da diversidade étnico-racial e do patrimônio imaterial afropindorâmico na formação de professores.

O encontro fomentou reflexões e debates sobre a construção de uma sociedade do bem-viver, pautada pela equidade e atravessada pela pluridiversidade, pelas estéticas, ancestralidades e oralituras que compõem a cultura brasileira, com destaque para os Sertões de Canindé.

A roda de diálogo contou com a participação da pesquisadora Adilbênia Machado, professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); da professora Jaianne Kanindé, mestra pelo Programa Interdisciplinar em História e Letras (MILH/Uece) e diretora da Escola Indígena Expedito Oliveira Rocha; do senhor José Nelson Barbosa dos Santos, representante do Quilombo de Benfica, em Canindé; de Kaio Monteiro (Sabiá), integrante do Grupo de Capoeira Cordão de Ouro Barravento; e do professor Bruno Duarte, da Crede 7 e do Programa Nacional de Educação Escolar Quilombola (PNEERQ).

O debate foi mediado pela professora Kellynia Farias (Fecisc) e marcado por partilhas que envolveram a roda de capoeira, as memórias e lutas quilombolas e indígenas em Canindé, os desafios e as possibilidades do PNEERQ, as perspectivas formativas a partir do Ser-Tão e as filosofias africanas e afro-brasileiras como caminhos para a formação docente.

Durante o evento, foi celebrada a memória do senhor Expedito de Oliveira, fundador da escola indígena que leva seu nome, e anunciada a certificação do Quilombo de Benfica pela Fundação Cultural Palmares, tornando-se o primeiro quilombo oficialmente reconhecido no município de Canindé.

De acordo com a Organização do evento, as contribuições compartilhadas na roda de diálogo reforçaram o compromisso com a construção de “educações-outras”, que semeiam o esperançar de escolas como espaços de emancipação humana, inclusivos e comprometidos com o respeito e a valorização da diversidade étnico-racial, a partir de uma perspectiva efetivamente antirracista.