Lauro de Oliveira Lima é tema da Semana de Integração da UECE
28 de fevereiro de 2013 - 16:51
“O Legado Político e Educacional de Lauro de Oliveira Lima” foi o tema da palestra que deu início à Semana de Integração da Universidade Estadual do Ceará (UECE), na manhã de segunda-feira (25), no Campus do Itaperi. A conferência foi ministrada pelo sociólogo, advogado e professor Pedro de Albuquerque Neto.
No início da palestra, o conferencista falou das dificuldades enfrentadas pela militância na política nas décadas de 60 e 70. Uma dessas lutas, era pela educação. Essa era a bandeira levantada por Lauro de Oliveira Lima, professor, filósofo, escritor e advogado, nascido em Limoeiro do Norte e que morreu em janeiro deste ano, que teve seus direitos políticos cassados durante o Regime Militar e respondeu a inquéritos que o acusavam de subversivo.
Enquanto contava a biografia do homenageado, o palestrante falou dos legados deixados por Lauro de Oliveira Lima, que segundo Pedro de Albuquerque, foram dois. O primeiro trata sobre a mudança na forma de ensino-aprendizagem e a relação aluno-professor. De acordo com o conferencista, no cenário educacional da época somente o professor possuía voz ativa. Mas com as ideias e preceitos de Oliveira Lima, o aluno passou a ter voz e vez, pois “o professor não ensina, ele apenas ajuda o aluno a aprender”.
No segundo legado, o educador homenageado pela UECE desejava “estabelecer um sistema público, gratuito e laico na educação, onde filhos de trabalhadores e a classe média pudessem estar juntos, na mesma escola”. Com o apoio da ditadura ao ensino privado, esse preceito educacional foi derrotado antes mesmo do Golpe Militar, que aconteceu em 1964, e “apesar do advento da democracia, esse sistema continua inexistente”, complementa o palestrante.
Quem foi Lauro de Oliveira Lima, nas palavras da pró-reitora de Graduação, Marcília Chagas Barreto:
Sua trajetória na educação brasileira é rica, tendo tido uma atuação significativa no cenário pedagógico.
Autor de mais de 30 livros que contribuíram concretamente para a construção do pensamento pedagógico brasileiro. Afirmava que a aula tradicional assemelha-se a um fóssil, diante das possibilidades abertas principalmente pelas tecnologias de informação e comunicação.
Afirmava também que a inteligência é algo que pode e deve ser desenvolvida em todos os indivíduos, destacando a participação das escolas e professores nesse processo.
Ressaltava que a ação do professor no sentido de desenvolver com o aluno a capacidade de expressar-se, de construir textos, não pode se limitar a assinalar os “erros” ortográficos, pois, para ele, a ortografia é uma convenção sócio cultural que se impõe por decreto governamental.
No Ceará, a participação de Lauro de Oliveira Lima deu-se pela fundação do Ginásio Agapito dos Santos, experiência que lhe provocou a escrita do livro Escola Secundária Moderna. Fundou também o Colégio Oliveira Lima.
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