Estudante da Uece publica pesquisa sobre levantamento florístico de APA em Fortaleza

26 de janeiro de 2022 - 13:14

Espaço de lazer, de socialização e até de sustento por meio da pesca para quem mora no seu entorno, a Lagoa da Maraponga, situada no bairro de mesmo nome, na Capital cearense, também chama atenção pela beleza e diversidade das espécies vegetais que circundam o local. São 98 espécies pertencentes a 82 gêneros e 37 famílias botânicas que tornam a Área de Proteção Ambiental (APA) da Lagoa da Maraponga um espaço único e resistente às intervenções humanas e atividades típicas das grandes cidades. A constatação está no artigo “Levantamento Florístico da Área de Proteção Ambiental (APA) da Lagoa da Maraponga, Fortaleza, Ceará, Brasil”, publicado recentemente na Revista Brasileira de Geografia Física pelo estudante do curso de Bacharelado em Geografia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Gabriel Freitas Mendes. A publicação é referência para os trabalhos da área e é classificada como A3 no Qualis 2020 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

“A partir das coletas e análises realizadas na APA da Lagoa da Maraponga, chegou-se à conclusão de que, mesmo com as interferências humanas causando impactos ambientais negativos em seus arredores, a flora local apresenta elevada riqueza de espécies nativas que precisa ser conservada, mantida e reconhecida por políticas públicas e pela sociedade. Pois dentre as 98 espécies amostradas, 83 são nativas, correspondendo a 84,69% do total. As espécies naturalizadas (exóticas) totalizaram 12 espécies, correspondendo a 12,24%, enquanto as espécies cultivadas somaram apenas 3 espécies que correspondem a 3,06%”, destaca Gabriel Mendes, acrescentando que a pesquisa teve início em 2018.

De acordo com ele, a pesquisa mostrou que, das 37 famílias botânicas identificadas, as mais representativas foram Fabaceae com 18 espécies, seguida por Malvaceae, com 13 espécies, e Asteraceae, com 10 espécies. Entre as espécies arbóreas que têm importância econômica, se destacam Albizia lebbeck (L.) Benth., cuja madeira é utilizada em construções, para a fabricação de caixas e produção de carvão; a Enterolobium timbouva Mart. (timbaúba), sendo sua madeira destinada para a produção de barcos, brinquedos e armações móveis; e a Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz. (jucá) que está incluída na lista das plantas medicinais de interesse do Sistema único de Saúde (SUS).

A pesquisa do estudante, que se graduou recentemente como bacharel em Geografia (Campus Itaperi), contou com a orientação da professora temporária do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (Fafidam), Valéria da Silva Sampaio, e do professor associado do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas (Campus do Itaperi) e coordenador do Laboratório de Ecofisiologia Vegetal (EcoFisio) da Uece, Eliseu Marlônio Pereira de Lucena. A pesquisa relatada no artigo também originou o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do estudante.

“A publicação desse artigo científico, desenvolvido por pesquisadores do curso de Geografia, vinculado ao Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), e dos cursos de Ciências Biológicas vinculados ao Centro de Ciências da Saúde (CCS) e à Fafidam, enfatiza a interdisciplinaridade existente entre a Biologia e a Geografia, além de mostrar como essas áreas de conhecimento se complementam para que possamos compreender a realidade e tentar trazer à sociedade uma conscientização ambiental que faça diferença, com o intuito de conservar os recursos naturais, com os quais somos privilegiados”, destaca o professor doutor Wagner Vinicius Amorin, da Coordenação dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Geografia da Uece.

Saiba mais

A APA da Lagoa da Maraponga está situada no extremo Oeste da bacia do Cocó, ocupando uma área total de 31 hectares, sendo 19 hectares de espelho d’água. Ela está localizada na Avenida Godofredo Maciel, no bairro Maraponga, e, atualmente faz parte das 12 unidades de conservação municipais protegidas por lei, sendo constituída predominantemente pela vegetação local que pertence ao Complexo Vegetacional da Zona Litorânea.

Clique aqui e veja o artigo do estudante publicado na Revista Brasileira de Geografia Física.

https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe/article/view/249398