Sistema desenvolvido pela Uece apoia no controle epidemiológico e logístico da dengue

2 de setembro de 2016 - 22:03

Webdengue, esse é o nome do premiado ambiente virtual criado com a finalidade de controlar a dengue de modo sistêmico e logístico. A pesquisa foi elaborada por equipe do Laboratório de Computação Científica, coordenada pelo professor do curso de Ciências da Computação da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Marcos José Negreiros Gomes.

De acordo com o docente, trata-se de uma impressionante ferramenta, capaz de mapear, monitorar e contribuir fortemente com a eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti.

O trabalho foi desenvolvido com apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a empresa Graphvs Ltda, contribuição da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universitè de Avignon (França), e apoio das Secretaria Municipal de Saúde de Sobral, de Fortaleza – SVS/PMF e da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro – (PRODERJ).

A pesquisa teve início em 2003, sendo aplicada na cidade de Sobral, e posteriormente, em Fortaleza. Na capital cearense, o Webdengue foi utilizado integrando palm tops, o sistema web e o sistema de gestão e planejamento de visita de agentes, o que tornou o uso ainda mais prático e possibilitou a disponibilidade das informações referentes aos dados coletados no mesmo dia. Fácil de utilizar, o sistema pode ser usado por agentes de saúde nas visitas diárias às residências, dispensando o papel e a caneta e integrando-se rapidamente à rede de controle da dengue.

Marcos Negreiros nos conta que “a ideia surgiu ao ver o filho doente”. A partir daí o pesquisador iniciou o desenvolvimento dessa importante ferramenta que se mostrou significativamente eficiente. “Conseguimos, praticamente, zerar o número de focos”, revela o docente.

Em 2005 a ideia conquistou a 2ª colocação do prêmio internacional IFORS Prize in Development, da International Federation of Operational Research Societies (IFORS).

Atualmente, apesar dos altos números de focos e de casos da dengue no país, além de outras doenças também transmitidas pelo mesmo mosquito, o sistema não é aplicado em nenhuma cidade. Hoje existem vários sistemas computacionais, porém nenhum integra logística, entomologia e epidemiologia, mantendo o estado de evolução a níveis cada vez mais graves da dengue, e agora a zika e a chicungunha. Marcos Negreiros lamenta que as regiões envolvidas na pesquisa não puderam continuar com a ferramenta tão promissora no apoio ao combate do Aedes aegypti.