Simpósio Conhecendo a Caatinga debate desafios na preservação do bioma

28 de maio de 2018 - 17:21

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O V Simpósio Conhecendo a Caatinga, realizado entre terça (22/05) e quinta-feira (24/05), na Universidade Estadual do Ceará (Uece), discutiu os desafios para preservação do bioma, que sofre com a degradação e desertificação, além dos impactos das mudanças climáticas. O evento foi organizado pelo Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Ciências Biológicas.

O vice-reitor da Uece, Hidelbrando Soares, que participou da abertura do evento, lembra que essa é a região semiárida mais populosa do mundo. “Portanto, toda a política de desenvolvimento para esta parte do Brasil não pode desconsiderar esta dimensão socioambiental. Uma universidade pública como a Uece, instalada neste bioma, deve ter como uma de suas preocupações centrais oferecer conhecimento científico que dê conta destas necessidades de desenvolvimento sustentável. O V Simpósio da Caatinga desperta estas preocupações”, avalia.

Para ele, é importante que a estrutura descentralizada, multicampi, da Uece seja usada a favor da preservação da Caatinga, por meio da mobilização da comunidade acadêmica, seja através da pesquisa, da extensão social e tecnológica.

 

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Além disso, Hidelbrando Soares comenta que “a Caatinga, como bioma e território, não é reconhecida como estrategicamente importante por nosso desenvolvimento. A delicadeza do bioma, do clima semiárido e da sociedade instalada no Sertão Nordestino exige um novo pacto na relação sociedade e natureza.”

Na avaliação do professor de Ciências Biológicas, tutor do PET e coordenador do Laboratório de Ecologia, Oriel Herrera Bonilla, a falta de identificação das pessoas com o bioma é uma barreira para a preservação. “Se nao me identifico com algo, como vou promover o desenvolvimento pleno, defender, proteger, conservar?”, questiona. Ele afirma que, por isso, o objetivo do Simpósio é difundir o conhecimento sobre a Caatinga, um ambiente rico em biodiversidade.  

O pesquisador chama ainda atenção para o aumento da desertificação devido a ações humanas e mudanças climáticas. “O período entre secas encolheu, diminuiu. São efeitos já diretos dessas mudanças”, alerta. De acordo com ele, se o problema continuar avançando, a tendência é da Caatinga se tornar um deserto.

O Simpósio Conhecendo a Caatinga é realizado a cada dois anos e reúne também estudantes e pesquisadores de cursos como Geografia, Ciências Veterinárias, Ciências Sociais, entre outros.