Seminário na Uece discute participação das mulheres nos espaços de poder

11 de junho de 2018 - 14:29

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O Seminário “Mulheres no Espaço de Poder em Defesa do SUS e da Democracia”, realizado nesta segunda-feira (11/06), no auditório Paulo Petrola da Universidade Estadual do Ceará (Uece), discute os desafios, avanços e dificuldades na implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) no País.

Na abertura do evento, o reitor Jackson Sampaio lembrou ter participado de um momento crucial da construção do SUS: a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, responsável por traçar as diretrizes do sistema presentes na Constituição Federal de 1988. Entretanto, essa política pública só veio de fato ser implantada em 1992, após elaboração e aprovação da Lei Orgânica da Saúde.

 

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Na avaliação dele, “o SUS está sob ameaça, numa crise muito grande”. O subfinanciamento é, segundo Jackson Sampaio, um dos principais problemas para a melhoria do sistema. Em um comparativo, o Brasil gasta em saúde, por pessoa, três vezes menos que o do Chile. Jackson Sampaio ainda citou problemas de gestão, a judicialização da saúde e a mercantilização do setor como outras dificuldades para avançar.

A procuradora Especial da Mulher da Assembleia Legislativa, deputada Augusta Brito (PCdoB), responsável pela idealização do evento, ressaltou o caráter de debate do seminário, com o objetivo de construir uma política pública gestada dentro da Universidade.

 

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De acordo com o deputado federal Chico Lopes (PCdoB/CE), é preciso pressionar por mais recursos para a saúde pública durante a elaboração do orçamento anual. “O grande problema do SUS é o subfinanciamento”, avaliou. Entretanto, o parlamentar ressaltou os avanços representados pela criação do SUS, dando a garantia de assistência a uma população que, anteriormente, tinha menos opção de acesso.

O ex-secretário da Saúde do Ceará, João Ananias, defendeu a realização de debates como esse, que levantam dois temas importantes: o empoderamento feminino e a melhoria da saúde pública. “O SUS avançou muito e é uma conquista do povo brasileiro”, comentou. Porém, ele informou que apenas cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) é investido na saúde pública, o que, na avaliação dele, ainda é insignificante para fazer frente a todas as responsabilidades do sistema.

 

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Já a coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres do Estado, Camila Silveira, citou desafios no atendimento à mulher no sistema público de saúde, como a humanização do parto e o fim da violência obstétrica.

Também participaram da mesa de abertura o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Antônio Rodrigues Ferreira Júnior; a coordenadora de Pós-Graduação em Cuidados Clínicos de Saúde, Maria Lúcia Duarte Pereira; e a representante da Fundação Maurício Grabois, Maria Pereira.